Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

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Trabalho realizado por:
Danielle Cristina Guizan Rodrigues
Renata Viana da Silva

Orientador:
Prof. Blair José Rosa Filho


FISIOLOGIA ARTICULAR DO MEMBRO INFERIOR


O membro inferior é especializado para locomoção de peso e manutenção do equilíbrio.

QUADRIL

O quadril é a articulação proximal do membro inferior, possui três eixos e três graus de liberdade. Eixo transversal: situado num plano frontal, em volta do qual se efetuam os movimentos de flexão-extensão; Eixo ântero-posterior: situado num plano sagital que passa pelo centro da articulação, em volta do qual se efetuam os movimentos de abdução-adução; Eixo vertical: permite os movimentos de rotação interna e externa. Existe também o movimento de circundução.

Os movimentos do quadril são realizados por uma única articulação, a coxofemoral. A cabeça do fêmur articula-se com o acetábulo do osso ilíaco. A articulação do quadril é uma diartrose (sinovial), do tipo esferóide (esferoidal). Os elementos de reforço e estabilização são: Cápsula articular - inserida acima da margem do acetábulo e, anteriormente, na linha intertrocantérica e, posteriormente, na crista intertrocantérica;

Ligamento iliofemoral ou ligamento de Bertin - apresenta dois feixes: um superior e um inferior; Ligamento pubofemoral - situado anteriormente; Ligamento isquiofemoral 
- situado na parte posterior da articulação; e ainda. Ligamento da cabeça do fêmur ou ligamento redondo e Ligamento transverso do acetábulo.

A flexão do quadril é o movimento que leva a face anterior da coxa ao encontro do tronco, de modo que a coxa e o conjunto do membro inferior são levados para diante do plano frontal que passa pela articulação. A amplitude da flexão varia de 90° a 120°.

A extensão leva o membro inferior para trás do plano frontal. A amplitude da extensão do quadril é notavelmente mais fraca que a da flexão. Ela é limitada pela entrada em tensão do ligamento iliofemoral, 20° a 30°.

A abdução leva o membro inferior diretamente para fora e afasta-o do plano de simetria do corpo.

A adução leva o membro inferior para dentro e aproxima-o do plano de simetria do corpo.

A rotação externa é o movimento que leva a ponta do pé para fora, enquanto que a rotação interna leva a ponta do pé para dentro. Estando o joelho completamente estendido, não existe nenhum movimento de rotação.

Como em todas as articulações com três graus de liberdade, o movimento de circundução do quadril define-se como sendo a combinação dos movimentos elementares simultaneamente em volta dos três eixos.

Os músculos têm um papel essencial na estabilidade do quadril.

Os músculos flexores do quadril são os músculos situados na parte anterior da coxa. Os músculos flexores são numerosos; os mais importantes são: o psoas; o ilíaco; sartório; reto femoral, tensor da fáscia lata. Certos músculos mediais também auxiliam na flexão do quadril, são eles: pectíneo; adutor curto e longo; e as fibras anteriores dos glúteos mínimo e médio.

Os músculos extensores do quadril são os músculos da região glútea e posteriores da coxa: glúteo máximo; fibras posteriores de glúteo médio; fibras posteriores de glúteo mínimo; porção longa do bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso; porção extensora do adutor magno.

Os músculos abdutores são: fibras superiores e laterais de glúteo máximo; glúteo médio; glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; pirifórme; sartório; obturador interno e externo (auxiliam).

Os músculos adutores são: adutor magno; adutor longo e curto; grácil; pectíneo; psoas ilíaco; fibras inferiores e mediais do glúteo máximo; semitendinoso e semimembranoso auxiliam.

Os músculos raladores externos são: piriforme; obturador externo e interno; gêmeo superior e inferior; quadrado femoral; fibras posteriores d glúteo médio; sartório; porção longa de bíceps femoral; pectíneo; grácil; adutores longo,curto e magno.

Os músculos rotadores internos são: glúteo mínimo; tensor da fáscia lata; fibras anteriores de glúteo médio; semitendinoso e semimembranoso auxiliam.


JOELHO

O joelho é uma articulação intermediária do membro inferior. É principalmente uma articulação com um grau de liberdade - a flexão-extensão - que lhe permite aproximar ou afastar mais ou menos a extremidade do membro da sua raiz, ou, o que significa o mesmo, de controlar a distância do corpo em relação ao solo. O joelho trabalha essencialmente em compressão, sob a ação do peso.

Acessoriamente, a articulação do joelho comporta um segundo grau de liberdade: a rotação sobre o eixo longitudinal da perna, que só surge quando o joelho está fletido.

O joelho engloba três articulações: duas femorotibiais e uma femoropatelar.

A articulação femorotibial é uma articulação sinovial - condilartrose dupla, os côndilos femorais medial e lateral fazem contato através dos meniscos interpostos à face articular superior da tíbia.

A articulação femoropatelar é uma articulação sinovial, do tipo plana ou planartrose. A face articular da patela é adaptada à face patelar do fêmur. Os elementos de reforço do joelho são:

Cápsula articular fibrosa - é constituída anteriormente pelo tendão do músculo quadríceps e patela;

Ligamento patelar - é constituído pelas fibras do tendão do músculo quadríceps. Tem inserção na patela e tuberosidade anterior da tíbia;

Ligamento colateral medial (tibial) - apresenta a forma de uma lâmina fibrosa, mais larga superiormente que inferiormente. Este ligamento é mais importante que o LCL, no que diz respeito à estabilidade do joelho. Está inserido no menisco medial;

Ligamento colateral lateral - é muito mais estreito que o LCM. Estende-se para baixo, a partir do epicôndilo lateral do fêmur até à cabeça da fíbula;

Ligamento cruzado anterior - tem origem na parte anterior da área intercondilar da tíbia, daí se dirige para cima, para trás e lateralmente, inserindo-se na face medial do côndilo lateral do fêmur. Tem como função impedir o deslocamento posterior do fêmur sobre a tíbia e a hiperflexão do joelho;

Ligamento cruzado posterior - é o mais resistente dos dois ligamentos cruzados, tem sua origem na parte posterior da área intercondilar da tíbia, daí se dirige para face lateral do côndilo medial do fêmur. Tem como função impedir o deslocamento anterior do fêmur sobre a tíbia ou a "luxação" posterior da tíbia;

Os meniscos - são fibrocartilagens que repousam sobre as superfícies articulares da tíbia. Cada joelho possui um par de meniscos, um para cada superfície articular da tíbia (medial e lateral). O menisco medial de um modo geral tem a forma de um "C", é mais largo na sua porção posterior. Inserido na área intercondilar posterior. O corno anterior está inserido na área intercondilar anterior da tíbia, e o seu corno posterior, inserido na área intercondilar posterior. Este menisco está diretamente fixado ao LCM. O menisco lateral é fibrocartilaginoso e decresce um círculo quase completo, se comparado a um "D", ele é bem menor, e apresenta maior mobilidade em relação ao menisco medial. Os cornos anterior e posterior estão inseridos próximo às áreas intercondilares anterior e posterior.

Os movimentos dos meniscos são: durante a flexão, os meniscos são tracionados para trás; durante a extensão, os meniscos são tracionados para frente; durante a rotação interna o MM posterioriza e o ML posterioriza; durante a rotação externa o MM posterioriza e o ML anterioriza.

"Os meniscos são avascu lares, não têm suprimento sanguíneo na porção interna da fibrocartilagem, de modo que quando ocorre puptura, a cicatrização é quase impossível. Existe algum suprimento na porção externa do menisco, tornando possível a cicatrização da estrutura." Hamill e Knutzen (1999,p228)

"Pelo fato de LCM inserir-se no menisco medial, estiramento ou ruptura do ligamento pode resultar em lesão associada ao menisco. A ruptura do menisco é a lesão de joelho mais comum, sendo a do menisco medial dez vezes mais freqüente que a do menisco lateral. O mecanismo de lesão freqüentemente envolve uma rotação corporal, enquanto o pé é mantido fixo no solo, durante a sustentação do peso". Hall(1993,p.l23)

Ligamento poplíteo oblíquo - é uma extensão do tendão do músculo semimembranoso. Reforça a articulação do joelho, posteriormente.

Ligamento poplíteo arqueado - é um reforço ligamentoso da fáscia do semimembranoso, que se posiciona em "arco", estendendo-se do côndilo lateral do fêmur até a tíbia. Também executa a função de reforçar a cápsula fibrosa, na parte posterior do joelho.

A flexão-extensão é o movimento principal do joelho. A extensão defini-se como o movimento que afasta a face posterior da perna da face posterior da coxa. A flexão é o movimento que aproxima a face posterior da perna da face posterior da coxa.

A rotação da perna em volta do seu eixo longitudinal pode ser interna ou externa. A rotação interna, leva a ponta do pé para dentro e intervém, numa parte importante, no movimento de adução do pé. A rotação externa leva a ponta do pé para fora e intervém igualmente no movimento de abdução do pé. Durante a marcha, no movimento de extensão, é acompanhado pela rotação externa e no movimento de flexão, ocorre uma rotação interna (este mecanismo é chamado de rotação automática).

Os músculos que participam nos movimentos da articulação do joelho são :

Na flexão do joelho: bíceps femoral; semitendinoso; semimembranoso; sartório;
grácil; gastrocnêmios (auxiliam); poplíteo (auxilia); plantar delgado (fraco).

Na extensão do joelho: quadríceps femoral: - reto femoral, vasto lateral, vasto
medial, vasto intermédio; tensor da fáscia lata (auxilia); glúteo máximo (auxilia através do tracto iliotibial).

Na rotação interna do joelho: semitendinoso; semimembranoso; sartório; grácil;
poplíteo.

Na rotação externa do joelho: bíceps femoral; tensor da fáscia lata (auxilia); fibras laterais de glúteo máximo (auxilia).


TORNOZELO

O tornozelo é uma estrutura formada pela união de 3 ossos: tíbia, fíbula e tálus. O tornozelo é formado por três articulações: 1) articulação talocrural - formado pela extremidade inferior da tíbia e fíbula com o dorso do tálus; 2) articulação subtalar -entre o tálus e o calcâneo e 3) articulação tibiofíbular - formada pela extremidade inferior da tíbia e da fíbula.

A articulação do tornozelo é formada por três faces articulares : l) a face articular superio do tálus, denominada tróclea, articula-se com a face inferior da tíbia; 2) a face articular lateral do tálus articula-se com a face articular do maléolo fibular; 3) a face articular medial do tálus articula-se com a face articular do maléolo tibial.

Os movimentos envolvidos na articulação do tornozelo são:

• Flexão Plantar - movimento pelo qual a planta do pé é voltada para o chão, os músculos envolvidos neste movimento são: gastrocnêmio e sóleo, a amplitude de movimento é de 0-50°;

• Flexão Dorsal - movimento no qual o dorso do pé é voltado para a cabeça, os músculos envolvidos neste movimento são: tibial anterior e extensor longo dos dedos, a amplitude de movimento é de 0-20°;

• Inversão - movimento no qual se vira a planta do pé para a perna, músculos envolvidos são; tibial anterior e posterior, a amplitude de movimento é de 0-45°;

• Eversão - movimento no qual se vira a planta do pé para a parte lateral da perna, músculos envolvidos são: extensor longo dos dedos e fibular longo e curto, a amplitude de movimento é de 0-30°.

A estabilidade do tornozelo se dá através de ligamentos, que são:

• Ligamento Colateral Medial - tem no maléolo tibial e inserção nos ossos navicular, tálus e calcâneo: são eles: tibiotalar anterior e posterior, tibiocalcâneio e tibionavicular, que juntos formam o forte ligamente deltóide.

• Ligamento Colateral
- tem origem no maléolo fíbular e inserção nos ossos tálus e calcâneo; são eles: talofibular anterior e posterior e calcâneo fíbular.

• Sindesmose Tibiofibular - tem origem na tíbia e inserção na fíbula: são eles: tibiofibular anterior e posterior e interósseos.




As articulações do pé são numerosas e complexas.

A articulação talocalcâneo-navicular é uma articulação sinovial, do tipo esferóide e auxiliam a articulação subtalar nos movimentos de inversão e eversão;

A articulação calcâneo-cubóidea é uma articulação sinovial entre a face anterior do calcâneo e a face posterior do osso cubóide. Ela é do tipo plana ou planartrose, os seus movimentos são de deslizamentos;

A articulação cúneo-navicular (cimeo-escafóide) é a união entre o osso navicular (ou escafóide) e os três ossos cuneiformes. Ela é uma articulação sinovial do tipo plana;

As articulações intercuneiforrnes e cúneo-cubóidea são as articulações entre os ossos cuneiformes; os ossos estão unidos pelos ligamentos dorsal, plantar e interósseo. Ela é sinovial e do tipo plana.

A articulação cubóideo-navicuïar é uma articulação fibrosa do tipo sindesmose.

Os movimentos das articulações intertársicas, basicamente, são de deslizamento e rotação, auxiliando e complementando os movimentos de inversão e eversão do tornozelo.

Os principais ligamentos das articulações intertársicas são:

• Ligamento talocalcâneo lateral;

• Ligamento talocalcâneo medial;

• Ligamento talocalcâneo interósseo;

• Ligamento talonavicular;

• Ligamento bifurcado.


Existem também as articulações tarsometatársicas; metatarsofalângicos e articulações interfalângicas do pé.

Os músculos que participam nos movimentos das articulações metatarsofalangianas são:

• Flexão dos dedos - flexor curto do hálux; lumbricóides; interósseos;

• Extensores dos dedos - extensor longo dos dedos; extensor longo do hálux; xtersor curto dos dedos.

Nas articulações interfalangianas são:

• Flexão dos dedos - flexor longo dos dedos; flexor longo do hálux; flexor curto do hálux; flexor curto dos dedos; flexor do dedo mínimo;

• Abdução dos dedos - abdutor do hálux; abdutor do dedo mínimo;
interósseos dorsais;

• Adução dos dedos - adutor do hálux; interósseos plantares.

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 2003

 


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