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METÁSTASE ÓSSEA


O que é metástase?
Metástase é o termo utilizado em oncologia para designar a instalação de um ou mais focos do tumor distantes do local em que ele se originou (stasis = parar; meta = longe, distante).

Um tumor maligno é formado por milhares de células. Algumas delas podem desprender-se do tumor de origem e alojar-se em outras partes do organismo, formando uma ou mais metástases, também conhecidas como tumores secundários. Dessa forma, tão importante quanto saber os locais e o número das metástases, é saber qual o tumor que deu origem a elas, quais os tratamentos que já foram realizados e se elas apareceram durante ou após o tratamento.
Não importa onde as metástases tenham sido diagnosticadas, elas ainda assim são frutos do tumor primário, ou seja, a mesma doença.

Imagine um passarinho pegando uma semente de laranja junto a uma laranjeira.

Se um pé de laranja germinar em um pomar de maçãs, ainda assim ele será uma laranjeira e não uma macieira.

A metástase óssea não deve ser confundida com um tumor ósseo primário, ou seja, com um tumor de células do tecido ósseo, que se origina no osso.

Sendo assim, o tratamento do câncer secundário (ou metástase) depende do diagnóstico do câncer primário, pois o tipo de célula que está formando um tumor no osso não é célula óssea, mas sim, do órgão de origem.

Alguns tipos de câncer, como o de mama, próstata, pulmão, fígado e tiróide, tendem a desenvolver metástase em tecidos ósseos.

Em princípio, a metástase óssea pode afetar qualquer osso do organismo, mas ela costuma ocorrer, mais freqüentemente, na espinha dorsal, costelas, bacia, fêmur e ossos longos.

O que pode causar metástases ósseas?
Com a evolução da doença neoplásica (câncer) a população de células tumorais aumenta e pode tornar-se mais agressiva, invadindo os vasos sangüíneos e ganhando acesso ao sistema circulatório, espalhando-se pelo corpo.

Paralelamente a isso, para crescer, uma população de células tumorais precisa desenvolver meios para sobreviver, o que significa obter oxigênio e nutrientes do hospedeiro (o paciente).

Só podem crescer as populações celulares que conseguem desenvolver vasos sangüíneos (angiogênese). E esse desenvolvimento também traz os vasos sanguíneos para mais perto das células tumorais, facilitando sua invasão.

Mas não basta a célula entrar no vaso sangüíneo, é preciso que ela sobreviva na corrente sanguínea e que consiga sair dela e alojar-se em um outro órgão, onde ela encontre as mesmas condições de crescimento e proliferação. Até que tudo se repita e novas células invadam outros vasos e desenvolvam novas metástases.

Sinais e sintomas mais freqüentes
Dor na área da lesão é o sintoma mais comum. Geralmente é persistente e piora com o esforço físico.

Em alguns casos, percebe-se um inchaço na região afetada. Quando o osso está muito enfraquecido, fica sujeito a fraturas patológicas, ou seja, pode quebrar-se sem que tenha ocorrido um motivo aparente, como uma queda, por exemplo.

Quando a metástase atinge a coluna vertebral, ela pode comprimir alguns nervos, provocando dor, enfraquecimento muscular e, em alguns casos, dormência nos braços e/ou pernas.

Como é feito o diagnóstico
Caso haja suspeita de que você tenha metástases ósseas, seu médico irá solicitar uma cintilografia óssea (um exame feito com a aplicação de um contraste radioativo), exames de sangue, bem como radiografias, tomografia ou ressonância nuclear magnética, que possam confirmar ou não a suspeita. Em alguns casos, é preciso, ainda, fazer uma biópsia, que poderá ser realizada de duas maneiras:

Biópsia por punção - uma amostra do tecido ósseo é retirada através de uma agulha, para ser examinada pelo patologista. Este procedimento não costuma demorar muito e, geralmente, é feito sob anestesia local, em ambulatório, sem que haja necessidade de internação. Você poderá sentir um certo desconforto no local, por alguns dias; caso isso aconteça, o médico irá prescrever-lhe algum analgésico.

Biópsia cirúrgica - uma pequena parte do osso é retirada enquanto você estará sob efeito de anestesia (que pode ser geral, peridural, raquimedular ou bloqueio plexular). Você ficará internado no hospital por um ou dois dias, mas o resultado do exame costuma demorar de três dias a uma semana para ficar pronto porque é necessário descalcificar o osso antes da análise.

Este período de espera costuma ser muito estressante e parece longo demais. Nesses momentos, o apoio de amigos e familiares pode ser de grande valia para ajudar o tempo a passar.

Tratamentos
O tratamento das metástases ósseas deve ser incorporado a um plano geral de tratamento da doença primária, que deu origem a elas. O objetivo mais imediato é aliviar os sintomas dolorosos e minimizar os riscos de complicações (fraturas), proporcionando-lhe conforto e qualidade de vida.

Radioterapia - A radiação é muito eficaz para amenizar as dores provocadas pelo câncer secundário, ao mesmo tempo em que destrói as células do câncer no local que está sendo tratado. Como a locomoção dos pacientes com metástases ósseas é dificultosa e incômoda, a radioterapia será feita numa série de aplicações (terapia fracionada) administradas no menor intervalo de dias possível.

Radioisótopos - Outra possibilidade de tratamento é injetar na corrente sangüínea material radioativo semelhante ao utilizado na cintilografia óssea (mapeamento ósseo), só que com uma energia de radiação maior do que a utilizada para o diagnóstico.
Esse método permite que o material "grude" no osso, fazendo uma radioterapia "de contado", também conhecida como radioterapia metabólica.

Metástases originadas por câncer de mama ou de próstata costumam ser tratadas com injeção de estrôncio-89 ou samário-153; metástases de câncer de tireóide, com iodo-131.

A vantagem deste tipo de terapia é que todos os ossos do corpo que possam estar doentes recebem tratamento, pois o radioisótopo entra na corrente sangüínea, fixa-se nos locais afetados dos ossos e libera doses de radiação para todas as áreas atingidas.

No caso do estrôncio-89 e do samário-153, uma única injeção é aplicada na veia. O alívio da dor leva de 10 a 20 dias para ocorrer e seu efeito costuma prolongar-se por 3 a 6 meses.
O convívio com outras pessoas, inclusive crianças, é permitido, já que as doses de radiação emitidas são baixas, não representando perigo de contaminação.

O tratamento com iodo-131 é, geralmente, administrado em cápsulas e seu efeito radioativo pode levar de dois dias a duas semanas para desaparecer por completo. Por esta razão, o paciente deve ficar hospitalizado durante este período. As visitas ficam limitadas a um curto espaço de tempo e são proibidas para gestantes e crianças. Após este intervalo, a convivência com os outros fica liberada, sem qualquer restrição.

Hormonioterapia - algumas características das mulheres, como crescimento das mamas e acúmulo de gordura nos quadris, são determinadas pela presença dos hormônios sexuais femininos, enquanto no homem, o crescimento dos pelos e a maior massa muscular devem-se aos hormônios masculinos. Os hormônios sexuais influenciam o crescimento de alguns tumores malignos, como câncer de mama, endométrio e próstata.

Pelo alto grau de dependência que estes tumores costumam manter em relação aos hormônios, o bloqueio à ação hormonal permite inibir seu crescimento. Desta forma, a hormonioterapia tem como finalidade impedir que as células do tumor secundário continuem a receber o hormônio que estimula o seu desenvolvimento. Esse tratamento pode incluir o uso de drogas que modificam a forma de atuar dos hormônios.

Quimioterapia - é a utilização de medicamentos específicos para o tratamento de tumores, com o objetivo de destruir células cancerosas.

A aplicação da quimioterapia pode ser feita durante uma internação, em ambulatório hospitalar, no consultório do médico ou em casa. A escolha caberá a seu médico, dependendo dos medicamentos a serem usados.
 

A administração dos quimioterápicos pode ser:
  • via oral, em forma de comprimidos ou cápsulas;
     
  • através de injeções no músculo, subcutâneas (sob a pele) ou intravenosas (na veia);
     
  • através de cateteres.

Cirurgia - quando a metástase enfraquece os ossos das pernas ou dos braços a ponto de haver perigo de fratura, pode-se reforçá-los com pinos de aço, o que é feito por meio de cirurgia. Nem todos os ossos são passíveis de serem operados, devido a fatores como localização da metástase, estágio da doença ou estado geral do paciente.

Bisfosfonatos - As células cancerosas que se instalam no osso produzem substâncias que desequilibram a estrutura óssea, provocando descalficicação do osso ao redor da lesão. Bisfosfonatos são drogas que restringem a ação destas substâncias reduzindo, assim, a destruição do tecido ósseo. Em forma de comprimidos ou injetáveis, a medicação reduz o risco de fraturas, alivia da dor, além de diminuir o nível de cálcio no sangue.

O que é hipercalcemia?
Um osso com metástase pode sofrer perda de cálcio, que acaba entrando na corrente sangüínea, causando um excesso de cálcio em circulação sangüínea, chamado de hipercalcemia. Isto costuma provocar sintomas como cansaço, náusea, sede e confusão mental. Geralmente, a hipercalcemia é detectada através de exame de sangue, antes mesmo que alguns destes sintomas se manifestem.

O cálcio é um íon que está envolvido na contração muscular, inclusive do miocárdio (o músculo que forma o coração). Níveis muito elevados de cálcio no sangue podem vir a ser fatais, por isso a correção da hipercalcemia é uma URGÊNCIA. Quando o exame aponta para um nível alto de cálcio no sangue, é provável que você tenha de ser internado no hospital por alguns dias, para receber medicação intravenosa, que estimulará os rins a liberarem o excesso de cálcio pela urina. Recomenda-se, também, beber muito líquido para acelerar o processo.

Dor
Felizmente, existe uma vasta gama de analgésicos disponíveis no mercado para os mais diferentes graus e tipos de dor. Portanto, você não precisa suportá-la. Seu médico tem condições de lhe receitar analgésicos leves, moderados ou potentes, sempre levando em consideração a intensidade da dor e a sua sensibilidade pessoal.

fonte:
M. D. Anderson Cancer Center
 
 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 17/11/03
- fonte: Instituto Day Care Center - http://www.daycare.com.br/

 


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