Referência em FISIOTERAPIA na Internet |
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Trabalho realizado por: - Arineide Queiroz de Santana Pereira 1 - Cíntia dos Santos Lima 1 - Daniela Fernanda Souza Nascimento 1 - Emanuelle K. Nunes, Érica Almeida Stahlhofer 1 - Lícia Rocha e Renata Ferreira Ribeiro 1 Contato: a.ri.queiroz@hotmail.com |
Orientador: Luciane Cristina Jóia e Maria Felícia Romeiro Mota 2 |
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AIDS: Uma abordagem sem preconceito |
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Resumo A AIDS-(Síndrome da Imunodeficiência adquirida), tornou-se uma pandemia com mais de 40 milhões de infectados no mundo, pelo vírus causador da doença HIV (Vírus da imunodeficiência humana). Diante desse aumento assustador de casos no mundo e especialmente no Brasil (610 mil) e que se vem tomando medidas preventivas com relação à doença. Para isso a ONU (organização das nações unidas) criou o UNAIDS (programa conjunto das nações) e o ministério da saúde o programa de apoio aos aidéticos, com o intuito de prevenção e de ajudar os pacientes nas questões sociais, políticas e principalmente com relação à saúde física e mental dos mesmos. A AIDS trás consigo, não apenas a debilitação do sistema imune, mas também um grande preconceito em relação aos portadores do HIV/AIDS, pois a população por medo e muitas vezes por falta de informação, acaba submetendo estes pacientes a diversas situações de preconceito. Diante dos fatos, faz-se necessário a verificação do índice de informação sobe a AIDS, bem como identificar o grau de preconceito contra o HIV positivo na população de Barreiras-Ba. Para este propósito será realizada uma pesquisa populacional, através de questionário previamente desenvolvido para esta finalidade.
Unitermos: AIDS. HIV. Informação. População. Preconceito.
Introdução A síndrome da imunodeficiência adquirida AIDS é uma doença causada por infecção com destruição progressiva das células do sistema imune, pelo vírus da imunodeficiência humana HIV. O HIV pode não desenvolver sintomas por muitos anos, o que caracteriza a fase de incubação, mesmo quando está ativamente atacando o sistema imune, enquanto a AIDS é o estágio final da infecção por HIV (TORTORA e GABROWSK, 2002). O HIV está presente no sangue e em alguns líquidos do corpo e sua transmissão se dá mais por ação ou práticas que envolvam a troca de sangue ou líquidos como: sêmen, secreção vaginal, através da relação sexual sem proteção; pelo uso de drogas injetáveis, como compartilhamento de agulhas e seringas contaminadas na transfusão. (TORTORA e GABROWSK, 2002). A AIDS, doença recente, descoberta no início dos anos 80, já matou mais de 20 milhões de pessoas no mundo todo segundo o programa conjunto das nações UNAIDS (Programa das Nações no Combate a AIDS), programa da ONU (Organização das Nações Unidas) para AIDS. A doença matou um número recorde de 3 milhões de pessoas no ano de 2002, 2,2 milhões somente na África, o HIV infectou outros 5 milhões de pessoas em todo mundo. Atualmente existem por volta de 40 milhões de pessoas vivendo com HIV/AIDS no mundo inteiro, sendo que os maiores números de infecção encontram-se nos países mais pobres, nos quais a epidemia se alastra a uma velocidade maior. O local mais afetado pelo HIV é comprovadamente o continente Africano, no qual morrem cerca de 100 adultos e crianças com AIDS por dia, o que se tornou uma ameaça para a força de trabalho e conseqüentemente uma diminuição da população jovem. Porém, a África não é o único continente ameaçado pela AIDS no mundo, a doença está se alastrando rapidamente na Europa Oriental e no leste da Ásia, onde a população infectada praticamente duplicou (UNAIDS, 2003). No Brasil a AIDS já atingiu 277 mil casos até 2003, sendo que foram verificados 185.061 casos em homens e 72.719 em mulheres e 13000 em crianças menores de 15 anos (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Segundo o Ministério da Saúde há um aumento da epidemia em jovens do sexo feminino, isso se deve ao início precoce da atividade sexual em relação aos jovens do sexo masculino, uma vez que as meninas iniciam sua vida sexual com homens experientes, mais expostos aos riscos de contaminação por DST( Doença sexualmente Transmissível) e que as estimulam a tomar anticoncepcional e não a usar preservativo. O índice de transmissão do HIV em homens brasileiros se dá a um percentual de 58% por relação sexual, com maior prevalência nas relações heterossexual, 25%; bissexual, 11,4%; e homossexual 21,7%. E a segunda maior forma de contágio é pelo uso de drogas injetáveis, com 23,4%. Entre as mulheres a transmissão se dá na maioria por via sexual, com 86,2% e segunda maior forma pelo uso de drogas injetáveis com 12,4%. As demais formas de transmissão para ambos os sexos, de menor peso são, transfusões de sangue, transmissão materno-infantil. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Nesse aspecto o Manual Dinâmico do Estudante (1999), afirma que a AIDS se dissemina não apenas nas relações entre homossexuais e usuários de drogas (como ocorria na década de 80), mas também entre heterossexuais. Quanto ao Nordeste foram notificados mais de 26 mil casos de AIDS na região até o ano de 2003. A Bahia e o Pernambuco são responsáveis pela metade dos casos nordestinos de AIDS. Sabendo-se que essa epidemia foi detectada na região no ano de 1985, houve um aumento alarmante no estado de Pernambuco, onde em um ano o número de infectados dobrou, já o estado do Ceará contribuiu com 19% das notificações, o Maranhão com apenas 8,5%, os estados do Piauí, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, participaram com 16% de casos na região. No ano de 1998 evidenciou-se uma desaceleração das taxas de contaminação em Pernambuco e todos os estados da região nordeste. ( MINISTERIO DA SAUDE, 2003) Segundo a mesma fonte acima citada, o estado da Bahia e do Pernambuco se revela campeões no alto índice de casos de AIDS, sendo que dos 26 mil casos em toda região nordeste, 50% foram detectados nos mesmos. Já os estados do maranhão e Paraíba, destacam-se por possuir menor índice da respectiva região. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 1985 e 2003, a faixa etária mais acometida pela infecção foi o que engloba as pessoas com faixa etária entre 20 e 39 anos, e ao contrário com reduzida participação na epidemia fica a faixa etária mais velha, acima de 50 anos com menos de 10% dos casos. Com relação aos aidéticos, será abordado o preconceito como algo real, que os torna socialmente e psicologicamente incapazes de conviver em harmonia com os demais membros da sociedade. Muito desse preconceito se dá pela falta de informações do indivíduo em relação à doença, e principalmente quando diz respeito às formas de contágio.
Diante do exposto será
realizada uma pesquisa populacional na cidade de Barreiras-Ba, com o objetivo
de verificar a incidência do preconceito com os portadores de HIV, através de
um instrumento elaborado para este fim. Barreiras, centro urbano regional, esta localizada no oeste da Bahia à 853 km de Salvador e 622 Km de Brasília. Com uma população de 131.849 habitantes distribuída numa área de 11.979,5 km2, e considerada um importante centro rodoviário, pelo fato de que as principais rodovias de acesso às regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste, estarem no território barreirense. É uma cidade de médio porte, em pleno funcionamento de atividades agrícolas e com setor e industrial em desenvolvimento. Por essa extensa rede de investimentos econômicos, Barreiras se tornou o principal pólo produtor da região oeste da Bahia, atraindo cada vez mais investidores em praticamente todos os setores das atividades econômicas e sociais. No setor da saúde encontram hospitais (Hospital Regional Eurico Dutra e Hospital do Oeste), postos de saúde familiar, centro de atendimento a mulher, um Centro de Reabilitação de Deficiências do Oeste (CEPROESTE), entre outros serviços. Segundo o programa de AIDS do Centro de Saúde Leonídia Ayres de Almeida em Barreiras-Ba, em 2005 houve um aumento consideravelmente grande no número de infectados pela AIDS, em 2004 era de apenas 32 portadoras na cidade e seu interior, quase dobrou, até setembro/2005 passou para 32 casos só na cidade e 25 em seu interior, totalizando um número de 57 casos. De acordo com dados do SINAN – Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde existe um número (não conhecido) de crianças expostas. São crianças nascidas de mães soro positivos, as quais são acompanhadas pelo programa até os 2 anos de idade, período em que a mesma faz o teste ELIZA (Enzima Imuno Ensaio) e quando negativo recebe alta.
1- Revisão Bibliográfica A AIDS consiste em uma doença que acomete o sistema imune de um indivíduo, devido a constante destruição das células de defesa do organismo pela ação do vírus HIV, tornando o indivíduo Imunodeficiente. Quanto a essa situação TORTORA e GRABOWKI (2002), define a seguir:
A síndrome da imunodeficiência adquirida – AIDS, e uma condição pela qual a pessoa experimenta um agrupamento de infecções reveladoras resultado da destruição progressiva das células do Sistema imune, pelo vírus da imunodeficiência humana - HIV, sendo a AIDS o estagio final desse vírus.
Imunologicamente falando, Peter Parhm (2001) define a AIDS como uma doença que reduz maciçamente o número de células TCD4 (leucócitos) pelo vírus HIV. OS mecanismos de destruição das mesmas se da pelas seguintes formas, segundo o mesmo autor:
(...) primeira a morte direta como resultado da infecção viral ou ligação de vírus aos receptores da superfície célula Segunda a suscetibilidade aumentada das células infectadas a apoptose. Terceira a morte das células TCD8 citotóxica especificas para peptídeos virais que apresentados pelas moléculas de HLA da classe I na célula TCD4 infectada.
O HIV é um retro vírus que produz infecções descontroladas, que mesmo com o controle da fase aguda, se replica e esgota o sistema Imune, até causar a Imunodeficiência e até mesmo a morte. Peter Parhm (2001). Nesse aspecto Junqueira e Carneiro (2004) postulam que:
As células Thelper são mortas pelo retrovírus HIV, que causa a síndrome da Imunodeficiência adquirida, conhecida como AIDS. Esta síndrome paralisa o sistema unitário dos pacientes, tornando-os muito suscetíveis ao ataque por microorganismo que usualmente não causam doença em pessoas sadias.
Outro aspecto a ser notado e que diante da imunodeficiência os aidéticos ficam sujeitos a doenças oportunistas, nas quais incluem as neoplasias infecções causadas por um ou mais bioagentes. (ROUQUAYROL E FILHO, 2003). Desde 1983, quando foi descrita pela primeira vez a AIDS vem fazendo inúmeras vitimas. Outro aspecto as ser notado é que diante da imunodeficiência os pacientes da AIDS têm aumentado, chegando aos dias atuais a 40 milhões de pessoas segundo as estimativas da UNAIDS, no ano de 2003. Este valor assustador, não faz exceção ao Brasil, pois no final do ano de 2001 eram 610 mil pessoas vivendo com AIDS em todo território nacional, (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003). Rouquayrol e Filho (2003) apud Ministério da Saúde (1997) relatam que: ”A tendência da doença no Brasil esta sendo para: pessoas mais jovens, mais pobres, heterossexuais e para o interior do país”. Diante do aumento assustador no numero de aidéticos e que o ministério da saúde vem a oferecer campanhas de prevenção para novos casos tratamento gratuito pela rede federal SUS (Sistema Único de Saúde) para dar suporte físico, emocional aos pacientes acometidos pela doença. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 1997). Mas mesmo com o apoio governamental os portadores do HIV, sofrem com o preconceito das pessoas diante da doença que embora tenha tratamento para controlar o vírus (AZT, terapia anti-retroviral), ainda não possuem cura, e consiste em uma doença perigosa, virulenta e infecciosa, deixando o medo sobressair através do preconceito, este e um dos motivos pelo quais os aidéticos no seu programa específico do Ministério da Saúde, passam por tratamento psicológico, no qual o principal objetivo e fazer com que eles encarem a doença de forma mais encorajada, além de se sobressair de situações preconceituosas sem entrar em depressão.
Neste aspecto a relata de Coutinho 2004, e bem pertinente:
Através dos tempos e das situações vivenciadas, o homem trouxe consigo o preconceito, difícil de se combater, pois exige a necessidade de compreensão e superação de medos (...) Com a AIDS ocorre o mesmo, há o preconceito e que muitas vezes causa um dano maior que o da própria doença, e como a intenção de informar, esclarecer melhor sobre a doença e muito se estuda.
Diante do preconceito em relação ao portador do HIV, vale lembrar que ninguém e culpado por estar doente, e por esse motivo não devem ser assim rotulados ou punidos afinal qualquer pessoa que for afetada e digna de compreensão, solidariedade e tem direito a um tratamento digno. (TELLES, 2004) O preconceito está presente não só em relação aos portadores de HIV, mas também contra as diferenças culturais, sexuais, religiosas e raciais. Diante disso cabe a nós refletir sobre o assunto, a fim de dissipar de nos pensamentos e ações todo e qualquer tipo de preconceito.
2-Métodos e casuística Foi realizado um estudo populacional em Barreiras-Ba, onde foi utilizado como instrumento de trabalho um questionário, confeccionado para este fim, a fim de avaliar o grau de informação (a respeito da AIDS) e preconceito da população nessa cidade, em relação aos portadores do vírus HIV. Foi realizado um estudo de censo com 91 indivíduos escolhidos aleatoriamente, com idades entre 15 e 60 anos de idade, sem distinção de cor, raça, sexo e classe social. Os pesquisadores se dividiram em três grupos - duas duplas e um trio - sendo que o trio ficou responsável por recolher informações no centro da cidade de Barreiras, especificamente no Centro de Abastecimento de Barreiras (CAB), onde se encontra uma grande concentração de pessoas, de forma que as pessoas iam sendo abordadas sem um critério específico; os dois grupos restantes ficaram responsáveis por colher informações nos bairros da cidade, de forma que os entrevistados eram abordados na rua ou no seu local de trabalho ou em sua residência. As amostras recolhidas, em que os entrevistados se enquadravam nos requisitos, foram consideradas mediante a autorização do entrevistado pós-informação, os questionários que não se enquadraram foram desconsiderados. Os questionários que foram utilizados incluíram uma série de questões baseadas em conhecimentos sobre a AIDS e o preconceito em relação aos portadores da doença em questão.
As questões foram referentes à: · Dados sócios demográficos: sexo, idade, escolaridade, renda familiar; · Nível de informação sobre HIV/AIDS; · Preconceito; · Auto-avaliação: "se considera uma pessoa preconceituosa”; · Medo de adquirir a doença; · Percepção de auto-eficácia: “sente-se capaz de se proteger do HIV”;
A pesquisa de campo teve duração de 6 meses. A aplicação do questionário foi feita com o entrevistador ao lado do entrevistado, sentado, falando de forma pausada, em horário pré-estabelecido pelo Comitê de Ética da instituição FASB (Faculdade São Francisco de Barreiras). De acordo com as Diretrizes Nacionais e Internacionais para a Pesquisa em Seres Humanos do Conselho para a Organização Internacional de Ciências Médicas (CIMS) e da resolução n 196/96 do conselho nacional de saúde (Brasil, 1996) foram observados os seguintes princípios éticos: as pessoas foram informadas sobre o procedimento a ser desenvolvido, da preservação da privacidade envolvida e o livre arbítrio dos mesmos a aceitarem ou não participarem. Em caso positivo, foi requisitado consentimento formal pós-informação (assinatura) destas ou representantes devidamente habilitados para tal. Tal metodologia e procedimento foram avaliados pelo Comitê de Ética em Pesquisa da instituição FASB.
3- Resultados Neste estudo 67% dos entrevistados pertencem ao sexo feminino e a média de idade é entre 15 e 25 anos, com prevalência de 36%. Quanto á escolaridade verificou-se que 31,1% possuem ensino médio completo, seguido de 18,7 com ensino superior. (Tab.1.1, Tab.1.2, Tab1.3) Com relação aos aspectos econômicos 34,1% dos entrevistados garantiram que sua renda familiar é de 1 salário mínimo* e outros 34,% com renda familiar de 2 a 3 salários mínimos. Apenas 6,6% não aceitaram divulgar sua renda familiar. (Tab.1.4) Quando perguntados se conhecem alguém que tenha AIDS 41,8% responderam que sim, destes, 1,1% relatou ser do ciclo familiar, 9,9% do ciclo de amigos e a grande maioria com 30,8% relatou que conhecem alguém, porem não mantém nenhum vinculo afetivo. (Tab.2.1, Tab. 2.2) Na etapa de avaliação de conhecimentos sobre HIV / AIDS, 65,9% responderam que a AIDS é uma doença que ataca o sistema imune (defesa) de um indivíduo afetado; outros 22,0% responderam que a AIDS é uma doença transmitida pelas vias aéreas, que ao atacar um indivíduo destrói as células de defesa do corpo. (Tab.3.1) Ao perguntarmos quais são as formas de contágio 70,3% responderam ser por sexo, contato com hemoderivados e secreções contaminadas, outros 26,4% responderam ser por compartilhamento de seringas, sexo, vias aéreas e compartilhamento de utensílios domésticos. Apenas 3,3% responderam ser por sexo, vias aéreas, abraços e beijos. (Tab. 3.2) Com relação à questão que indaga sobre a cura, 93,4% precisamente 85 pessoas disseram que a AIDS não tem cura, 5 pessoas ou 5,5% relataram que se for diagnosticada precocemente a AIDS tem cura, apenas 1,1% ou 1 indivíduo afirmou que possui cura para a AIDS. (Tab. 3.3) Para medirmos o grau de preconceito em relação aos portadores de HIV / AIDS, foi dissertada uma situação, no qual um individuo soro positivo foi internado em um hospital, e o entrevistado necessitado dos mesmos cuidados, teria que ser internado no mesmo quarto. Diante dessa situação, perguntamos se eles aceitariam permanecer no mesmo quarto que o paciente com AIDS. 63,0% da população entrevistada responderam que sim, ou seja, que aceitariam permanecer no mesmo quarto, e outros 27% responderam que não, apenas 1 indivíduo não se manifestou. (Tab.4.1) Ao indagarmos sobre à auto-eficácia diante do HIV / AIDS percebeu-se que 94,5% mais precisamente 86 indivíduos relataram ser capazes de se prevenir, sendo que 5,5% responderam não ser capaz de se prevenir contra tal patologia. (Tab.4.2) Com relação à auto-avaliação diante do preconceito verificou-se que 85,7% dos entrevistados não se sentem preconceituosos diante de um portador de HIV / AIDS, dessa forma 14,3% assumiram ter tal preconceito. (Tab.4.3) Nesse estudo verificou-se que a maioria da população entrevistada marcou as alternativas de corretas, porém existe um relevante número de pessoas que não tem os conhecimentos necessários, para saber lidar com essa patologia que se tornou um problema de saúde mundial.
4- Discussão A prevalência estimada na população em estudo é de 67,0% dos entrevistados do sexo masculino, dado que se comparado ao da pesquisa realizada pelo Centro Brasileiro de Análise e Planejamento do Ministério da saúde SPS-CNDST / HIV / AIDS no ano de 1998, mostrou-se diferente, visto que a maioria dos entrevistados dessa pesquisa pertence ao sexo feminino, representando 52,2% do total de entrevistados. Quando comparamos o nível de instrução verifica-se que os níveis da maioria dos entrevistados de Barreiras-Ba (Ensino médio completo – 34,1%) são superiores do que o da maioria da amostra populacional da instituição governamental acima citado (Ensino médio incompleto-46,0%). Ao comparar as porcentagens encontradas para o analfabetismo, os índices para as 168 micro-regiões de estudo do Ministério da saúde são maiores do que os índices encontrados neste presente estudo, são 6,4% para a pesquisa a nível federativo, contra 3,3% na região de Barreiras-Ba. Este resultado pode justificar o fato da amostra colhida de Barreiras-Ba ser considerada estatisticamente mais informada, com relação às formas de contágio, como o vírus age no organismo, e o conceito propriamente dito do que é a doença denominada AIDS. Porém este fato não pode ser mensurado individualmente visto que as formas de abordagem do questionamento foram desenvolvidas de formas diferentes. Fazendo uma média de resultados para fins comparativos verificou-se que a amostra barreirense (76,59%) encontra-se mais informada do que os indivíduos participantes da pesquisa a nível federal (34,8%). Quando se fala de preconceito em relação aos soros positivo sempre se trata de algo especial e polêmico, pois existe o medo envolvido, isso porque a Aids é uma doença grave, incurável e por muitas vezes cruel o que desenvolve esse medo de contrair a doença. A analise realizada neste estudo, embora os resultados sejam de 85,7% que diz não ter preconceito, percebe-se que a discriminação ainda persiste, embora, se saiba que qualquer tipo de discriminação é inaceitável, o individuo discriminado amparado por lei. Com os portadores de HIV / AIDS não é diferente talvez estes sejam os mais discriminados devido ao medo de contrair a doença desenvolvendo certa empatia diante desses então soros positivo. Dentro dessa mesma linha de raciocínio verificou-se que os estudos realizados por Sandala, (2006), com profissionais envolvidos no tratamento da Aids, são compatíveis aos encontrados na amostra desse atual estudo. Segundo Sandala (2006) seus entrevistados mostraram que embora não admitissem tinham preconceito, e por muitas vezes deixavam transparece-lo em suas entrevistas. Ainda falando sobre preconceito, bem como socialização com os portadores do vírus da AIDS, segundo os resultados apurados os participantes da amostra de estudo afirmaram que diante de uma situação que necessitariam de internamento hospitalar em um mesmo quarto que um aidético 63,0% disse que aceitariam, porém percebe se que sentimentos como: angustia, impotência e medo estão presentes limitando uma socialização menos discriminativa. Estes resultados assemelham-se com os encontrados pela pesquisadora Sandala (2006), em que os entrevistados relatam certa angustia ao tratar pacientes com HIV / AIDS.
Considerações finais Diante dos resultados conclui-se que a amostragem de Barreiras-Ba encontra-se relativamente bem informada sobre as questões relacionadas à AIDS, porém vale lembrar que todo conhecimento é bem vindo e necessário na tentativa de sanar com o preconceito em relação aos portadores de HIV / AIDS.
Bibliografia AIDS, no mundo, no Brasil e no Nordeste. Disponível em: www.portalsaude.gov.br/saude . Ano 2003. Acesso em 03/11/05. AIDS. Disponível em www.aids.gov.br . Ano 2003. Acesso em 03/11/05. CENTRO Brasileiro de Analise e Planejamento do Ministério Saúde - PS-CNDST / HIV / AIDS. Comportamento Sexual da População Brasileira e Percepção Sobre HIV / AIDS. Julho/1999. Disponível em: www.ministeriodasaude.gov.br. Acesso em: 05/11/2006. COUTINHO, Lleór Meyer, Código de Ética comentado: São Paulo: Saraiva, 2004. Disponível em: www.imesc.sp.gov.br. Acesso em 06/11/05 GUIMARAES, Deocleciano Torrieri,1ª ed. Dicionário der Termos Médicos e de Enfermagem. São Paulo: Rideel, 2002. M.L.A, Sandala. Vinte Anos de Assistência a Pessoas Vivendo com HIV / AIDS no Brasil: A perspectiva do Profissional da Saúde. Cadernos de Saúde Publica. vol.22 nº. 11. Rio de Janeiro: Fio Cruz, 2006. MINISTÉRIO DA SAÚDE, Governo Federal, 2003. Disponível em: www.saude.gov.br. Acesso em 06/11/05. PARHAM, Peter. O Sistema Imune. Trrad. Ane Rose Bolner. Porto Alegre: Artmed, 2001. PROGRAMA da AIDS. Disponível em: www.aides.gov.br ano. 2003. Acesso em 03/11/05 ROUQUAYROL, Maria Zélia. FILHO, Naomar de Almeida. Epidemiologia & Saúde. 6ª ed. Rio de Janeiro: Medsi, 2003. SOUZA, Herbert. Direitos humanos e AIDS. Editora brasiliense, 2004. Disponível em: www.apare.com.br TELLES JR, GOLFREDO DA SILVA. “Ética do mundo da célula ao mundo a cultura”. São Paulo: Forense, 2004. TORTORA Jr., Gerard. GRABOWKI, Sandra Reynolds. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002. UNAIDS (AS). Disponível em: www.unaids.org/in/defanet.asp. Acesso em: 03/11/05 MANUAL dinâmico de pesquisa. São Paulo: Difusão cultural do livro, 1999. |
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1 Acadêmicos do curso de Fisioterapia da Faculdade São Francisco de Barreiras – FASB. Contatos pelo E-mail: a.ri.queiroz@ hotmail.com 2
Professora Mestra e coordenadora do Curso de Fisioterapia da Faculdade
São Francisco de Barreiras-FASB e Especialista em estudos
lingüísticos: Leitura e Produção de Textos pela universidade do estado
da Bahia e Professora de língua portuguesa da Faculdade São Francisco
da Bahia - FASB; respectivamente.
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