Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

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Trabalho realizado por:
Cynthia Fajardo - Ursula Dellatorre - Karla Erika Burns - Denise Canela - Rebecca Coelho.

Alunos de Graduação em Fisioterapia – UNIVERSO / São Gonçalo.


TERAPIA INTERFERENCIAL


A terapia interferencial é um aspecto da eletroterapia amplamente utilizado, mas ainda pouco compreendido.

Podemos descrever a terapia como a aplicação transcutânea de correntes elétricas alternadas de média freqüência, com sua amplitude modulada a baixa freqüência, para finalidades terapêuticas.

E também é uma forma de estimulação nervosa elétrica transcutânea e é considerada como um meio de aplicação de uma corrente de baixa freqüência, dentro da chamada faixa terapêutica.
As correntes de média freqüência, associadas a uma resistência relativamente baixa da pele, sejam mais confortáveis que as correntes de baixa freqüência; assim utilizando uma média freqüência, é possível uma penetração mais tolerável da corrente através da pele.


MODULAÇÃO DA AMPLITUDE

A modulação da amplitude é uma expressão utilizada na descrição da transmissão de um sinal contendo informação, mediante a variação da amplitude de uma onda transportadora. Ao variar a amplitude da onda de freqüência mais elevada a intervalos regulares, é criada a menor freqüência.

Na terapia interferencial, o processo da modulação da amplitude é concretizada mediante a mescla de duas correntes de média freqüência fora de fase (defasada).

As correntes individuais interferem uma com a outra ao se encontrarem, e compõem uma nova forma de onda. Em decorrência da interferência das ondas, as amplitudes das correntes se somam algebricamente.

Portanto, no seu nível mais simplificado, a corrente interferencial pode ser considerada como consistindo de uma corrente de freqüência média que tem sua amplitude modulada a baixa freqüência.


DISTRIBUIÇÃO DA CORRENTE

O método tradicional de aplicação da terapia interferencial lança mão de quatro eletrodos, para atender a dois circuitos. Os circuitos são dispostos perpendicularmente entre si, de modo a fazer intersecção na área a ser estimulada. De-Domenico descreveu como a corrente de amplitude modulada está contida principalmente num padrão em forma de flor, entre os grupos de eletrodos.

Treffene concluiu que um campo interferencial se estabelecia em todas as áreas do meio – inclusive nos eletrodos – e não exclusivamente no interior da área originalmente descrita. Todas as teorias atuais baseiam-se num meio homogêneo.


FREQUÊNCIA DE MODULAÇÃO DA AMPLITUDE (FMA)

Os estimuladores interferenciais usam duas correntes de média freqüência, uma na freqüência fixa de 4000 Hz, e outra ajustável, entre 4000 e 4250Hz. A inclusão da freqüência ajustável permite a seleção de uma faixa de baixas freqüências moduladas pela amplitude – a corrente de média freqüência irá mudar concomitantemente.


MODULAÇAO DA FREQUÊNCIA/FREQUÊNCIA DE VARREDURA

A freqüência de modulação da amplitude pode, ela própria, ser modulada pela freqüência. Podemos fazer com que FMA alterne ao longo de uma faixa estabelecida pela manipulação do controle de freqüência de varredura.

Os aparelhos interferenciais variam quanto à freqüência de varredura disponível ao terapeuta.


INTENSIDADE

A intensidade da corrente pode ser ajustada no aparelho. À media que a intensidade aumenta, o paciente sentirá uma sensação de formigamento. Com uma intensidade maior, ocorrerá uma contração muscular. Se a corrente for aplicada a uma intensidade suficientemente elevada, o paciente poderá sentir desconforto, ou dor.

Embora seja impossível “receitar” as intensidades que irão produzir efeitos terapêuticos nos indivíduos, pesquisas efetuadas em indivíduos normais sugeriram que é provável que os efeitos sensitivos originem-se entre 4 e 10 mA, e as respostas motoras entre 8 e 15 mA (Martin e Palmer, 1995a). contudo, estes valores provavelmente irão variar para a área do corpo sob tratamento, e para cada indivíduo tratado. Além disto, é impossível a identificação de valores terapêuticos “ideais”, pois eles podem variar segundo a resposta do paciente e a filosofia do terapeuta.


VETOR ROTACIONAL

Um dispositivo de vetor rotacional é montado em alguns aparelhos, com o objetivo de variar as potências das correntes, relativamente entre si. Com isto, o padrão de interferência irá girar, assegurando que uma ampla área poderá ser coberta pela corrente interferencial. Assim, o tratamento não fica restringido em sua distribuição apenas às regiões previamente descritas.


ELETRODOS

A corrente pode ser aplicada através de eletrodos flexíveis fixados por fita adesiva ou ligados à pele, ou por eletrodos a vácuo constituem um modo útil de aplicação da corrente interferencial a áreas relativamente inacessíveis aos eletrodos flexíveis.

A terapia interferencial é comumente aplicada por meio de quatro eletrodos; contudo, é também possível o uso de dois eletrodos. A modulação da amplitude ocorre no interior do equipamento, antes da aplicação aos tecidos.


INDICAÇÃO PARA USO

Alívio da dor, promoção da cicatrização, reparo nos tecidos e a produção de contrações musculares.


DOR

As declarações acerca do alívio da dor têm suas origens partilhadas com o uso de TENS. Alguns autores afirmam que os componentes de baixa freqüência da corrente interferencial, isto é, as freqüências pulsantes, provocam estimulação nervosa. O que a freqüência pulsante pode fazer é influenciar a velocidade de disparo do nervo.

Recapitulando, a corrente interferencial consiste basicamente de uma corrente de média freqüência, de aproximadamente 4000 Hz.

De-Domenico (1982) alegou que a corrente interferencial poderia aliviar a dor mediante a produção de um bloqueio periférico da atividade nas fibras nervosas portadoras de impulsos nocivos.

Este propalado mecanismo depende ainda de confirmação para a corrente interferencial, por meio de evidências apropriadas.

A despeito da popularidade da terapia interferencial na prática clínica, e da propalada eficácia clínica, é escassa a evidência publicada do efeito de alívio da dor causado por esta modalidade.


REPARO DOS TECIDOS

Devido ao componente de baixa freqüência (em decorrência da modulação da amplitude), afirma-se que a corrente interferencial, com relação ao processo de reparo, oferece benefícios terapêuticos similares aos obtidos pela estimulação elétrica de baixa freqüência.


ESTIMULAÇÃO MUSCULAR

A corrente interferencial também tem sido utilizada como técnica de estimulação muscular (DeDomenico, 1986). Embora, a corrente interferencial seja freqüentemente citada como sendo mais confortável que as outras formas de onda para a estimulação muscular, um estudo realizado sugeriu que uma onda quadrada bifásica e simétrica era mais confortável que a corrente interferencial ou uma forma de onda em pico, pareada e monofásica.


ORIENTAÇÕES TERAPÊUTICAS

Um problema na terapia interferencial, comum a todas as formas de eletroterapia, é a determinação das regulagens de controle apropriadas a ser utilizada nos equipamentos.


ALÍVIO DA DOR

Desde uma perspectiva fisiológica, é logicamente mais justificável citar a freqüência média (aproximadamente 4000 Hz) como sendo da maior importância. Contudo, foi sugerido a freqüência pulsante como fator com influência no conforto do paciente. Pode ser promovido o melhor uso do tratamento, com a seleção da freqüência pulsante mais confortável para o paciente. As freqüências pulsantes mais elevadas (>50 Hz) são consideradas como sendo as mais confortáveis.

O aumento da intensidade a intervalos regulares é provavelmente o meio mais efetivo de impedir a adaptação ao estímulo.

A escolha de quatro eletrodos, ou dois eletrodos é também um tópico ainda em debate. Em termos práticos, provavelmente é mais fácil usar dois eletrodos, embora este seja um tópico que depende da preferência pessoal.


CICATRIZAÇÃO / REPARO

Afirma-se que as correntes interferenciais exercem efeitos sobre a cicatrização. A ativação de fibras AB pode ser utilizada na modulação da atividade do sistema nervoso autônomo, com a possibilidade de influenciar o processo de cicatrização/reparo (aplicam as recomendações concernentes à estimulação do nervo para o alívio da dor).

Afirma-se também que a corrente interferencial tem um efeito direto sobre as células. Neste caso, a freqüência pulsante pode ter validade na produção dos efeitos específicos das baixas freqüências.

É difícil fornecer orientações proveitosas para a seleção da intensidade e da FMA para a obtenção de efeitos celulares diretos, em decorrência da carência de pesquisa de base.



ESTIMULAÇÃO MUSCULAR

Para a reeducação do músculo, parece ser apropriado o uso das regulagens mais confortáveis para o paciente.



CONCLUSÃO

Com base nas evidências disponíveis, pode-se argumentar que a terapia circunferencial é um proveitoso modo de estimulação das fibras AB para obter o alívio da dor, e também um meio de estimulação muscular a níveis relativamente confortáveis. Contudo, o equipamento é caro e volumoso, e não foi demonstrado ser melhor que modalidades mais baratas e menos complicadas, como a TENS ou os estimuladores musculares portáteis. Assim, atualmente a terapia interferencial deve ser considerada como supérflua. Com relação à sua eficácia em termos da promoção da cicatrização/reparo dos tecidos, a pesquisa ainda se encontra muito defasada com relação às outras modalidades (p.ex.,ultra-som). Se pesquisas futuras trouxerem evidências em apoio à modalidade, então a terapia interferencial poderá servir como um instrumento terapêutico extremamente versátil, capaz de estimular nervos e promover efeitos celulares até níveis teciduais relativamente profundos.



BIBLIOGRAFIA

Eletroterapia de Clayton – 10ª edição
Autor: Sheila Kitchen e Sarah Bazir
 

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 23/02/05

 


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