Referência em FISIOTERAPIA na Internet |
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Trabalho realizado por: - Camilla Cristiane Azevedo Marinho * - Nayana Costa Blanco * - Antonio Viana Junior ** Contato: cacamarinho@yahoo.com.br |
* Fisioterapeutas
graduadas pela Universidade da Amazônia - UNAMA - Belém- PA |
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Efeito Neuroprotetor da Atividade
Física na Doença de Alzheimer |
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Resumo: A
atividade física estimula a liberação de substâncias que "melhoram" o
funcionamento do sistema nervoso central (SNC), como o BDNF, que é uma
neurotrofina responsável pelo processo de regeneração neural, favorecendo a
neuroplasticidade. O exercício físico favorece a síntese de BDNF,
estimulando a neurogênese. Demonstrar o efeito neuroprotetor da
atividade física regular na Doença de Alzheimer. Foi realizada uma revisão
bibliográfica, no período de 02 a 10 de outubro de 2006, nas universidades
Federal do Pará e da Amazônia, e na biblioteca virtual, onde foram coletados
artigos científicos na base de dados LILACS, BIREME, MEDLINE e SCIELLO. O
estilo de vida das pessoas, incluindo sua atividade física e intelectual,
tem uma relação direta com o desenvolvimento de desordens neurodegenerativas.
Palavras – Chave:
Doença de Alzheimer, BDNF, Exercício Físico, e Fatores Neuroprotetores.
Abstract:
The physical activity stimulates the substance release that "improves" the
functioning of the central nervous system (SNC), as the BDNF, that is a
responsible neurtrofina for the process of neural regeneration, favoring the
plasticity. The physical exercise favors the BDNF synthesis, stimulating
neurogênese. Demonstrate the neuroproprietor effect of the regular physical
activity in the Neurodegenerative Illnesses. A bibliographical revision was
carried through, in the period of 02 the 10 of Ouctober of 2006, in the
Federal universities of Pará and the Amazônia, and in the virtual library,
where scientific articles in the database LILACS, BIREME, MEDLINE and
SCIELLO had been collected. The style of life of the people, including its
physical and intellectual activity, has a direct relation with the
development of neurodegenerative clutters. Key – Words: Alzheimer of disease, BDNF, Physical Exercise and Neuroproprietor Factors.
Introdução
O número de idosos vem crescendo de forma rápida
no Brasil. Uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) revela que o número de idosos no país passou de
10,72 milhões em 1991, para 14,53 milhões em 2000, e que as pessoas com 60
anos ou mais representam hoje 8,6% da população. Até 2025, de acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de idosos no Brasil será 15 vezes
maior que o atual, enquanto a população total terá crescido cinco vezes.
5
Esse aumento significativo do número de
idosos no país, em período relativamente curto, é um dos mais acelerados
processos de envelhecimento populacional do mundo. Existe uma tendência
mundial de envelhecimento da população, resultante da combinação do aumento da
expectativa de vida com a queda da natalidade. No Brasil, atualmente, a
população vive em média 68,9 anos – 2,5 anos a mais do que no início da década
de 1990. Entretanto, o governo brasileiro ainda não foi capaz de aplicar
estratégias efetivas para a prevenção e o tratamento das doenças associadas
com a velhice. 3
As infecções são as principais causas de morbidade
em idosos, pois com o envelhecimento ocorrem mudanças funcionais nas células
do sistema imune. Células ainda com funções normais, ao serem ativadas por
antígenos, liberam grande quantidade de citocinas, moléculas protéicas que
ativam outras células, entre elas os linfócitos B. Com isso, estes se
diferenciam e produzem grande número de anticorpos (proteínas que neutralizam
elementos estranhos ou os ‘marcam’ para que sejam destruídos). Em uma pessoa
idosa ocorre geralmente um declínio dessas funções: menos linfócitos T são
ativados e é menor o volume liberado de citocinas que ativam menos linfócitos
B e levam à produção de poucos anticorpos, favorecendo assim o processo
infeccioso. 2, 5.
Freqüentemente, os idosos acometidos por
infecção apresentam episódios de delírio, o qual pode ser definido como a
alteração do juízo de realidade. O termo "delírio" refere-se a alteração do
juízo não decorrente de uma perturbação da inteligência e nem secundário a um
estado de consciência momentaneamente alterado, quando existe um distúrbio da
consciência produzindo uma alteração de juízo, chamamos, então, de "delirium". Os
indivíduos acometidos tanto de delirium como de delírio têm alterações do
pensamento no que se refere à compreensão dos fatos. Estas alterações terminam
por comprometer a interação com outras pessoas. 11
Os episódios de delírios podem levar à
demência, a qual afetam cerca de 50% das pessoas com 80 anos ou mais e os
números brasileiros a ele relacionados são significativos. Considera-se a
demência o estado progressivo de perda da capacidade intelectual, crônica e
definitiva, que incide sobre o humor, afetividade, atividade psicomotora e
comportamento, acompanhado por perturbações somáticas, que assinalam a
deterioração orgânica concomitante. Eventualmente, causa perda das habilidades
para uma vivência independente e das coisas que envolvem o dia-a-dia. Há um
prejuízo progressivo das funções mentais e cognitivas como um todo.
13
O documento intitulado “Saúde do Idoso” do
Ministério da Saúde estima que em números absolutos, há hoje no Brasil cerca
de 450 a 600 mil idosos dementes, cerca de 15 a 20 mil mortes como
conseqüência da doença de Alzheimer a cada ano e 115 mil hospitalizações
registradas num único ano como conseqüência de demência (dados estatísticos do
Sistema Nacional de Saúde de 1996).
A doença de Alzheimer (DA) é
uma patologia neurodegenerativa, na qual as células áreas específicas do
cérebro, como o hipotálamo, começam a morrer formando cicatrizes
neuro-fibrilares dentro de neurônios, bem como de placas neuríticas, de
proteínas beta-amilóide no espaço extracelular, produzindo as placas senis. Na
medida em que as células morrem e são formadas essas placas, o cérebro tem
crescente perda funcional. 12
A ativação das células da
microglia ocorre no cérebro dos doentes de Alzheimer depois da célula amilóide
se acumular em depósitos em forma de placas. Estas células, chamadas glias tem
a função de remover os fragmentos celulares gerados pela morte ou degeneração
dos neurônios. 14
As áreas do cérebro afetadas
por estas mudanças degenerativas são aquelas que controlam as funções da
memória, concentração e raciocínio. Outras funções cerebrais, como os
movimentos, não costumam serem afetadas até que o doente se encontre em um
estágio bem avançado da patologia. Ocorre atrofia de todo o cérebro,
principalmente, nos lobos frontais e no hipocampo. Em relação a atividade
elétrica e transmissão química entre as células cerebrais, ocorre diminuição
de neurotransmissores, notadamente a acetilcolina.9
Inicialmente a DA
caracteriza-se por pequenos esquecimentos, normalmente aceito pelos familiares
como parte normal do envelhecimento, mas que vão agravando-se gradualmente. Os
idosos tornam-se confusos, e por vezes, ficam agressivos, passam a apresentar
distúrbios de comportamento e terminam por não reconhecer os próprios
familiares. À medida que a doença evolui, tornam-se cada vez mais dependentes
dos familiares e cuidadores, quando precisam de ajuda para se locomover, têm
dificuldades para se comunicarem, e passam a necessitar de supervisão integral
para suas atividades comuns de vida diária (AVD), até mesmo as mais
elementares, tais como alimentação, higiene, vestir-se.
4, 10
A partir da análise desses
fatos, deve ser utilizado o exame do estado mental (MMSE) que é a parte da
entrevista psiquiátrica que se dedica a elucidação sistemática de sinais e
sintomas patológicos importantes para a formulação diagnóstica. As informações
são coletadas a partir da entrevista psiquiátrica, através da observação do
médico e pelo relato do paciente, e através do relato de familiares e outros
informantes. O exame do estado mental deve fazer parte do exame clínico do
paciente, independente da sua morbidade. É essencial não só para o diagnóstico
de possíveis transtornos psiquiátricos, como também pode oferecer indícios
importantes de transtornos neurológicos, metabólicos, intoxicações, efeitos de
drogas sobre o funcionamento mental e o comportamento.
11
Diante dos mecanismos relacionados ao
desencadear da doença existe a tentativa de evitar seu aparecimento,
retardá-la ou, pelo menos, minimizar os danos provocados pelo desenvolvimento
da demência. Na busca pelo sucesso dessas tentativas, vários grupos de
pesquisadores têm demonstrado que algumas medidas simples como exercício
físico e uma dieta alimentar, com baixa ingestão calórica, são capazes de
retardar o aparecimento de sintomas da doença, sua progressão ou quem sabe, de
certa forma, até mesmo evitá-la. 7
Pesquisas recentes, tem
elucidado a importância da atividade física regular como agente neuroprotetor
contra desordens neurodegenerativas do sistema nervoso central (SNC). O
portador da DA apresenta como conseqüência da perda progressiva da memória
motora a ineficácia na mobilidade voluntária, o que acarreta em inatividade
física, diminuindo assim a síntese dos fatores de crescimento neuronais como o
fator neurotrófico derivado do cérebro (BDNF). 1 Objetivo
Demonstrar o efeito
neuroprotetor da atividade física regular na Doença de Alzheimer.
Metodologia Foi realizada uma revisão bibliográfica, no período de 02 a 10 de outubro de 2006, nas universidades Federal do Pará e da Amazônia, e na biblioteca virtual, onde foram coletados artigos científicos na base de dados LILACS, BIREME, MEDLINE e SCIELLO, por meio das palavras-chaves: Doença de Alzheimer, BDNF, Exercício Físico, e Fatores Neuroprotetores.
Discussão
Estima-se que haverá cerca de
32 milhões de brasileiros com 60 anos ou mais, o que significará uma proporção
de 15% de idosos na população. Em outras palavras, o Brasil será brevemente um
país de idosos, e com isso maior número de demência, e este quadro é observado
na DA.5
O BDNF é uma neurotrofina,
responsável pela estimulação do processo de regeneração neural em diversas
áreas cerebrais, agindo como mediador da eficácia sináptica, aumentado a
conectividade entre os neurônios, favorecendo a neuroplasticidade.
3
O exercício físico aumenta a
circulação sangüínea cerebral, favorecendo a síntese de BDNF, aumentando seus
níveis, estimulando assim, a neurogênese, o aumento da resistência aos
insultos cerebrais e melhoria no aprendizado e na performance mental.
3
O estilo de vida das pessoas,
incluindo sua atividade física, tem uma relação direta com o desenvolvimento
da doença. Os exercícios diários podem inibir as mudanças cerebrais causadas
pelo mal, sendo que a atividade permanente aumenta a capacidade de
aprendizagem e reduz a formação de placas de proteína beta-amilóide no cérebro
- relacionadas ao Alzheimer. 7
A atividade física, no entanto, é capaz de
ir além da promoção de bem estar. Devido a neuroproteção promovida pela
atividade física no desenvolvimento da demência, por meio de atividades
passivas e intelectuais, principalmente as deste último tipo, tem uma forte
associação atuando como fator de proteção para o desenvolvimento precoce de
demência. 8
As contribuições da atividade física são perda de
peso, introdução de dieta adequada, pelo aumento do consumo de antioxidantes e
diminuição da ingestão de gorduras, além do condicionamento do sistema
cardiovascular.
Aliada à prática de exercícios, a introdução
de uma dieta adequada também demonstrou efeitos protetores sobre o sistema
nervoso central. Uma dieta restritiva com baixa ingestão de calorias pode
aumentar a resistência de neurônios a disfunção e morte em modelos
experimentais das doenças de Alzheimer, Parkinson e Huntington. O mecanismo
subjacente do efeito benéfico da restrição da dieta envolve a estimulação de
proteínas de estresse e a produção de maiores quantidades de fatores
neurotróficos 6
Conclusão
Considerando o declínio
cognitivo crescente na Doença de Alzheimer, achou-se viável investigar a
possível ação neuroprotetora da atividade física regular em pacientes com
dementes, reduzindo assim os episódios de infecção e, conseqüentemente o
percentual de internações e óbitos, retardando os prejuízos cognitivos desses
pacientes.
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