RESUMO
Lesões
na
medula
espinal atingem
um
grande
número
de
pessoas,
devido
a
traumas,
doenças
congênitas
ou
adquiridas.
Para
estes
tipos
de
lesões
não
há
cura
e os
indivíduos
lesados medulares dependem de
tratamento
através
da
fisioterapia
. A
fisioterapia
tem o
papel
de
ajudar
e
ensinar
ao
paciente
a
cuidar
e
fazer
a "manutenção"
de
seu
corpo,
através
de
exercícios
de
fortalecimento,
alongamentos,
posicionamentos,
ortostatismo,
treinamento
de
marcha
e
outros,
evitando complicações e
deformidades,
mantendo
um
corpo
ativo
e
forte,
possibilitando uma
maior
independência.
No
processo
de
reabilitação
o
paciente
com
lesão
medular
deverá
alcançar
um
reajuste
físico
e
psicológico,
readquirindo
sua
capacidade
de
viver
e
trabalhar.
Palavras-Chave:
Lesão
medular,
traumatismos
da
medula
espinal,
fisioterapia
e
tetraplegia.
ABSTRACT
Injuries
in the espinal marrow reach a great number of people, had the congenital or
acquired
traumas,
illnesses. For these types of injuries it does not have cure and the injured
individuals
medulares depend on treatment through the
phisiotherapy.
The phisiotherapy has the paper to help and to
teach to the patient to take care of and to make the "maintenance" of its body,
through exercises of to fortify, allonges, positionings, ortostatismo,
training
of march and others, being prevented complications and deformities, keeping an
active and strong body, making possible a bigger independence. In the
whitewashing process the patient with injury to
medular
will have to reach a physical and psychological readjustment, readquirindo its
capacity of
living
and working.
Key-Words: Injuries
Spinal, phisiotherapy, tetraplegic.
INTRODUÇÃO
A
lesão
medular
é uma das
formas
mais
graves
entre
as
síndromes
incapacitantes, constituindo-se
em
um
verdadeiro
desafio
para
a
reabilitação.
Tal
dificuldade
decorre da
importância
da
medula
espinal,
que
não
é
apenas
uma
via
de
impulsos
aferentes
e eferentes
entre
as diversas
partes
do
corpo
e o
cérebro,
como
também
um
centro
regulador
que
controla
importantes
funções
como
a
respiração,
a
circulação,
a
bexiga,
o
intestino,
o
controle
térmico
e a
atividade
sexual.
16
A
lesão
medular
é
definida
pela
American Spinal Injury Association (ASIA)
como
sendo uma
diminuição
ou
perda
da
função
motora e/ou
sensória
e/ou
anatômica, podendo
ser
uma
lesão
total
ou
parcial,
devido
ao
trauma
dos
elementos
neuronais
dentro
do
canal
vertebral.A
lesão
ocorre,
preferencialmente,
no
sexo
masculino,
na
proporção
de 4:1, na
faixa
etária
entre
15 a 40
anos.
Acidentes
automobilísticos,
queda
de
altura,
acidente
por
mergulho
em
água
rasa
e
ferimentos
por
arma
de
fogo
(PAF) têm sido as
principais
causas
de
traumatismo
raquimedular (TRM). A
freqüência
dos TRM
em
decorrência
de
ferimentos
por
projéteis de
arma
de
fogo
tem aumentado de
modo
considerável,
refletindo o
alto
nível
de
violência
nos
grandes
centros.
A
incidência
relativa
dos
níveis
de
lesão
é de 58%
cervicais,
35% torácicas e 7%
lombares
e sacrais.6
O
objetivo
deste
artigo
é
revisar
através
da
literatura
as possibilidades
terapêuticas
para
o
tratamento
do
tronco
do
paciente
com
seqüela
de
lesão
medular
em
cervical
baixa.
Observou-se a
que
a
fisioterapia
desempenha
um
papel
fundamental
na
prevenção
das complicações da
lesão
medular
proporcionando
assim
uma
melhor
qualidade
de
vida
para
o
paciente.
MATERIAL
E
MÉTODOS
Esta atualização da
literatura
foi
feita
a
partir
de
pesquisas
de
artigos
datados
do
ano
de 1998 a 2006 , pesquisados nas
bases
de
dados
Bireme, Scielo, Science Direct e Lilacs. A
pesquisa
foi
feita
com
os
termos
“lesão
medular”,
“fisioterapia”,
“medula
espinal” e
seus
correspondentes
em
inglês.
Foram utilizados
livros
da
área
de
Anatomia,
Fisiologia
e
Fisioterapia
Neurológica.
Anatomia da
Medula
Espinal
A
medula
espinal encontra-se no
canal
vertebral.
Ela
estende-se
geralmente
do forâmen
magno
à
primeira
vértebra
lombar,
podendo
ocorrer
variações. A
medula
é
envolta
em
três
membranas
protetoras de
interno
para
externo:
Pia-máter,
Araquinóide e
Dura-máter.
A
Pia-máter
e a Araquinóide
são
separadas
pelo
espaço
sub-araquinódeo
que
contém a
circulação
do
líquido
cérebro
espinal. A araquinóide termina no
nível
da
segunda
vértebra
sacral. O
espaço
entre
a
dura-máter
e as
paredes
do
canal
vertebrais
são
preenchidas
por
gordura,
tecido
conectivo
e
plexo
venoso,
este
é o
espaço
peridural.
As
membranas
que
envolvem a
medula
protegem o
tecido
nervoso,
ao
mesmo
tempo
em
que
permitem
que
os
impulsos
sejam transmitidos ao
longo
dos axônios
durante
o
movimento
ou
em
qualquer
postura
desejada.19
A
medula
espinal é aproximadamente
cilíndrica,
com
o
diâmetro
transverso
maior
do
que
o
diâmetro
antero-posterior. A
medula
apresenta duas
dilatações:
uma na
área
cervical
formando o
plexo
braquial e
outra
na
área
lombar
referente
ao
plexo
lombo-sacral. A
medula
espinal termina no
cone
medular
geralmente
na
segunda
vértebra
lombar.
Abaixo
dessa
região
as raízes nervosas
lombares
e sacrais ocupam o
canal
vertebral, formando
conjunto
conhecido
como
cauda
eqüina.
Nesta
região
encontra-se o filum terminale, uma
estrutura
fibrosa
não
nervosa,
que
é uma
extensão
da
pia-máter
e envolvida
pela
dura-máter,
com
inserção
no
cóccix
.19
O
nervo
espinal é formado
pela
fusão
de duas raízes, uma ventral e
outra
dorsal.
A
raiz
ventral possui
apenas
fibras
motoras (eferentes)
cujos
corpos
celulares
estão situados na
coluna
anterior
da
substância
cinzenta da
medula.
A
raiz
dorsal
possui
fibras
sensitivas
(aferentes)
cujos
corpos
celulares
estão situados no
gânglio
sensitivo
da
raiz
dorsal,
que
se apresenta
como
uma
porção
dilatada da
própria
raiz.
(A
fusão
da
raiz
sensitiva
e motora resulta no
nervo
espinal).18
O
nervo
espinal
deixa
o forame intervertebral e divide-se
em
anterior
(ventral)
mais
calibroso e
posterior
(dorsal)
menos
calibroso. O
ramo
posterior
inerva a
pele,
facetas
articulares
e
musculatura
eretora da
espinha.
O
ramo
anterior
inerva a
pele
do
pescoço,
parte
anterior
e
lateral
do
tórax,
abdome
e
membros.
Os
ramos
ventrais
que
inervam a
parede
torácica
e
abdominal
permanecem isolados ao
longo
de
todo
o
seu
trajeto.
Os
ramos
ventrais de C5 à T1 formam o
plexo
braquial e inervam o
membro
superior
e as raízes L2 à S4 formam o
plexo
lombo-sacral inervando
membro
inferior.18
LESÃO
MEDULAR
TIPOS
DE
LESÕES
TRAUMÁTICAS
O
choque
medular
é a
perda
de todas as
funções
neurológicas
abaixo
do
nível
da
lesão
medular,
o
que
representa
interrupção
fisiológica, e
não
anatômica, da
medula
espinal. Caracteriza-se
por
paraplegia
flácida
e
ausência
de
atividade
reflexa.
A
duração
não
costuma
ser
superior
a 48h,
mas
pode
persistir
várias
semanas.
O
retorno
de
atividades
reflexas,
como
o
reflexo
bulbocavernoso, cremastérico e
contração
do
esfíncter
anal
indicam o
fim
do
choque
medular.
A
ausência
do
retorno
da motricidade
ou
sensibilidade
abaixo
do
nível
da
lesão,
após
o
choque
medular,
é
indicativo
de
lesão
irreparável.17
Lesão
Medular
Completa
- As
funções
motora e
sensitiva
estão
ausentes
abaixo
do
nível
da
lesão.
Lesão
Medular
Incompleta
- Há alguma
função
motora
ou
sensitiva
abaixo
do
nível
da
lesão.
Síndrome
Medular
Anterior
- É a
mais
comum
das
lesões
medulares incompletas, caracterizada
pela
perda
dos
movimentos
voluntários
e da
sensibilidade
dolorosa,
com
preservação
da
sensibilidade
táctil e
vibratória.
Geralmente
ocasionada
por
lesão
da
artéria
espinal
anterior.
Síndrome
Medular
Posterior
- É
rara;
particularizada
pela
perda
da
sensibilidade
táctil e
vibratória,
com
preservação
da motricidade e
sensibilidade
dolorosa.
Pode
acontecer
nos
casos
com
fratura
de
lâmina
ou
hematoma
posterior,
isolados.
Síndrome
Central
da
Medula
- Surge na
medula
cervical,
nas
lesões
por
hiperextensão,
em
pacientes
com
espondilose preexistente. Caracteriza-se
por
tetraparesia de
predomínio
distal de
membros
superiores
e
anestesia
suspensa (predomínio
nos
membros
superiores
a
tórax,
podendo
estar
preservada
nos
membros
inferiores).
Síndrome
de Brown –Séquard - Hemissecção da
medula,
que
tem
como
principal
etiologia
os
ferimentos
penetrantes.
Caracteriza-se
por
alterações da motricidade e
sensibilidade
profunda
no
mesmo
lado
da
lesão
e da
sensibilidade
dolorosa
e
térmica
contralateral.
Síndrome
do
Cone
Medular
- Particulariza-se
pela
ausência
da
sensibilidade
perineal,
com
perda
de
controle
dos
esfíncteres
e alteração motora distal dos
membros
inferiores.17
Denominações
Utilizadas na Avaliação do
Paciente
com
Lesão
Medular
Tetraplegia
–
Lesão
da
medula
espinal
que
causa
perda
ou
disfunção
sensitiva
e motora
nos
segmentos
cervicais
(elementos
neurais
internos
do
canal
medular).
A
tetraplegia
promove
diminuição
da
função
motora e
sensitiva
nos
membros
superiores,
tronco,
membros
inferiores
e orgãos pélvicos.
Este
termo
não
deve
ser
utilizado
para
lesões
do
plexo
braquial
ou
de
nervos
periféricos
localizados
fora
do
canal
medular.6
Paraplegia
–
Determinada
por
diminuição
ou
perda
da
função
motora e/ou
sensitiva
nos
segmentos
torácico,
lombar
ou
sacral (exceto
o
segmento
cervical)
da
medula
espinal, decorrente de
lesão
dos
elementos
neurais
internos
do
canal
medular.
Na
paraplegia,
a
função
dos
membros
superiores
é preservada
mas,
dependendo do
nível
da
lesão,
o
tronco,
os
membros
inferiores
e os
órgãos
pélvicos podem
estar
envolvidos. O
termo
paraplegia
também
é
empregado
para
as
lesões
da
cauda
eqüina
e do
cone
medular,
porém
não
deve
ser
usado
para
lesões
do
plexo
lombossacro
ou
de
nervos
periféricos
fora
do
canal
medular.6
Tetraparesia e Paraparesia –
Termos
que
não
devem
ser
utilizados
por
sua
extrema
imprecisão
na
descrição
das
lesões
incompletas da
medula
espinal.
Nível
de
Lesão
Óssea
ou
Nível
Esquelético
–
Termo
empregado
para
denominar
o
nível
no
qual
se
encontra
o
maior
dano
vertebral,
quando
este
existir,
por
meio
da avaliação dos
exames
de
imagem:
raio
X,
tomografia
e
ressonância
magnética.10
Lesão
Incompleta
–
Expressão
usada,
por
definição,
quando
a
lesão
é
incompleta
e há
preservação
parcial
da
função
sensitiva
e/ou
motora
abaixo
do
nível
neurológico,
com
inclusão
dos
segmentos
sacrais. A
presença
da
sensibilidade
sacral inclui
tanto
sensação
da
pele
e
mucosa
anais,
como
a
sensação
anal
profunda.
O
teste
para
a
função
motora é constituído da avaliação da
contração
voluntária
do
esfíncter
anal
externo
ao
toque
retal.16
Lesão
Completa
– Define as
lesões
medulares nas
quais
não
se observa a
presença
de
zona
de
preservação
parcial
ou
esta
não
abrange a
região
perineal,
não
se verificando nenhuma
atividade
neurológica motora
ou
sensitiva
relativa
à inervação dos
segmentos
sacrais.16
Zona
de
Preservação
Parcial
–
Terminologia
empregada
para
definir
a
região
que
mantém
atividade
neural
parcial
em
dermátomos e miótomos situados
abaixo
do
nível
neurológico
determinado.
Nível
Neurológico –
Expressão
utlizada
para
designar
o
segmento
medular
mais
caudal
que
apresenta todas as
funções
sensitivas
e motoras
normais
em
ambos
os hemicorpos.
Nível
Sensitivo
– É
dado
pelo
segmento
mais
caudal
da
medula
espinal
com
sensibilidade
normal
à
direita
e à
esquerda.
Nível
Motor
– Estabelecido
pelo
segmento
mais
caudal
da
medula
espinal
com
força
muscular
normal
à
esquerda
e à
direita.17
Para
que
todos
os
níveis
neurológicos,
sensitivo
e
motor
sejam
bem
definidos,
deve-se
efetuar
um
exame
neurológico
cuidadoso,
detalhado,
que
mapeie,
em
cada
paciente,
de
forma
clara:
motricidade e
seu
nível
de
preservação,
sensibilidade
e
seu
nível
de
preservação,
sensibilidade
e
atividade
reflexa
da
região
perineal.
Avaliação
Funcional
do
Nível
C6
Músculo-chave (ASIA):
Extensor
radial
do
carpo.
Movimentação-chave
em
membros
superiores:
Abdução
do
ombro,
flexão
do
cotovelo,
extensão
do
punho
(músculo
extensor
radial
do
carpo,
porções
longa
e
curta).16,17
Atividades
de
Vida
Diária:
Independente,
de
acordo
com
o
nível
de
lesão,
em
alimentação,
fazendo
uso
de
substituição
de preensão. A
mesma
adaptação
pode
ser
usada
para
atividades
de
higiene
oral
e digitação no
computador.
A
substituição
em
três
pontos
torna
a
escrita
manual
perfeitamente
legível.
Pacientes
jovens,
magros,
com
membros
superiores
livres
de
deformidades,
podem
conseguir,
de
forma
independente,
o
ato
de
vestir
o
tronco
superior
e
inferior,
porém
em
menor
tempo.
Essa
atividade
deve
ser
treinada
para
que
o
paciente
perceba
suas
possibilidades e possa desempenhá-las
sozinho.
Situação
semelhante
ocorre
para
a
higiene
básica,
como
o
banho
por
exemplo,
podem
ser
usadas
cadeiras
de
banho
estável,
escovas
de
cabo
longo
com
substituição
de preensão,
torneiras
do
tipo
alavanca
podem
proporcionar
independência
para
alguns
pacientes.
Ele
será
totalmente
independente
para
o
manejo
da
cadeira
de
rodas
motorizada. Poderá
impulsionar
cadeiras
de
rodas
comum,
com
pinos
nos
sobre
aros,
no
plano
e
em
rampas
de
pouco
aclive.
Independente
para
manusear
cadeira
de
rodas
em
descida
de
rampas
de
média
inclinação,
com
manuseio
de
freios.
Poderá
dirigir
carro
adaptado
para
comando
com
os
membros
superiores.16,17
Tratamento
Fisioterapêutico
O
tratamento
fisioterápico é
imprescindível
na
reabilitação
funcional
dentro
de
certos
limites,
na
adaptação
a
novas
"ferramentas"
de
uso
diário,
na
prevenção
de outras
patologias
e complicações, na
recuperação
da
imagem
e
esquema
corporal,
e,
principalmente,
no
benefício
do
uso
de órteses,
que
possibilita
maior
independência
para
o lesado
medular.
7,9,11
Cinesioterapia
Movimentação
Passiva
e
Alongamentos
Os
exercícios
passivos
deverão
ser
iniciados
precocemente
a
partir
do
leito
e mantidos
quando
o
paciente
já
se
encontra
nas outras
fases
do
processo
de
reabilitação.
Devem
ser
realizados de
maneira
lenta
e
suave,
para
que
evite a estimulação do
fuso
neuromuscular.16,17
Os
membros
inferiores,
mesmo
sem
apresentarem
movimentos
voluntários,
deverão
ser
movimentados
e alongados, a
fim
de se
evitar
deformidades,
rigidez
das
articulações
e a
perda
da
amplitude
dos
movimentos.
Estes
exercícios
deverão
ser
feitos
por
fisioterapeutas especializados
em
lesão
medular
ou,
por
pessoas
treinadas
por
tais
profissionais,
podendo
ser
familiares,
amigos
ou
o
próprio
paciente,
caso
ele
tenha
condições
físicas
para
executá-los.Todos
os
exercícios
deverão
ser
executados de
forma
lenta,
leve
e controlada, obedecendo aos
limites
do
corpo,
para
se
evitar
distenções musculares,
luxações
e
fraturas,
devido
a
movimentos
bruscos
ou
alongamentos
inadequados.
Mobilizar
passivamente
os
membros
superiores,
sempre
de
forma
lenta
e
suave,
enfatizando
ainda
os
exercícios
de
alongamento
dos
músculos
bíceps
braquial e deltóide.
Devido
a
ação
do
músculo
extensor
radial
do
carpo,
esses
pacientes
apresentam preensão
palmar
e
em
pinça
da
chave
pelo
mecanismo
de tenodese,
ou
seja, a
extensão
de
punho
facilita o
fechamento
da
mão,
enquanto
a
flexão
do
punho
propicia
sua
abertura.16,17
Exercícios
de
Fortalecimento
Após
a
lesão,
os
movimentos
que
permanecem e/ou
retornam, deverão
ser
fortalecidos
através
de
exercícios,
precedidos e sucedidos
por
alongamentos,
orientados e supervisionados
por
fisioterapeuta
especialista
em
lesão
medular,
pois,
dependendo do
nível
da
lesão,
alguns
movimentos
não
poderão
ser
fortalecidos, a
fim
de
evitar
deformidades.
Quanto
mais
força
uma
pessoa
possuir,
mais
facilidade
ela
terá
para
executar
as
atividades,
como
tocar
cadeira,
transferências,
dirigir
veículos,
praticar
esportes,
higiene
pessoal,
deambular
com
o
auxílio
de órteses e quaisquer outras
atividades.
Fortalecer
com
exercícios
isométricos e isotônicos, o
músculo
bíceps
braquial
mas
especificamente, os
músculos
deltóide, braquiorradial e
extensor
radial
do
carpo,
extremamente
importantes
para
uma
possível
indicação
de
cirurgias
de
reconstrução
funcional.15,16,17
Equilíbrio
Conforme
o
nível
da
lesão,
uma
pessoa
poderá
ter
mais
ou
menos
equilíbrio,
pois
este
corresponde
diretamente
a
quantidade
de
músculos
que
estão funcionando,
ou
seja,
quanto
mais
alta
a
lesão,
menos
equilíbio e
quanto
mais
baixa,
mais
equilíbrio.
Devido
a
isto,
deverá
ser
feito
o
treinamento
de
equilíbrio,
a
fim
de
proporcionar
um
melhor
controle
de
tronco,
o
que
ajudará muitas
atividades
físicas,
como
tocar
cadeira,
transferências,
dirigir
veículos,
praticar
esportes,
higiene
pessoal,
alimentação
e outras.15,16,17
Posicionamentos
Os
posicionamentos
são
importantes
em
qualquer
ocasião
e
lugar,
seja no
trabalho,
no
estudo,
durante
o
lazer,
o
sono,
etc; evitando
assim
o
aparecimento
de
deformidades,
úlceras
por
pressão
e diminuindo a espasticidade. 4,6,11
Ortostatismo
O ortostatismo corresponde ao
trabalho
de,
gradativamente,
levar
uma
pessoa
a
ficar
na
posição
vertical,
ou
seja,
em
pé.
A
elevação
deve
ser
gradativa,
para
que
o
corpo
de uma
pessoa
se adapte a esta
nova
posição,
pois,
dependendo da
posição,
seja deitada, sentada
ou
em
pé,
o
funcionamento
do
corpo
se comportará de
maneiras
diferentes
(batimentos
cardíacos,
respiração,
calibre
dos
vasos
sanguíneos,
fluxo
de
sangue,
diversos
órgãos,
etc). Se uma
pessoa
for colocada na
posição
vertical
sem
uma
prévia
adaptação,
sua
pressão
arterial poderá
cair
e
provocar
tonturas
e/ou
náuseas,
talvez,
chegando
até
a
um
desmaio.
Caso
isto
aconteça, esta
pessoa
deverá
ser
colocada
novamente
na
posição
horizontal,
afim
de
restabelecer
o
fluxo
sanguíneo
e a
pressão
arterial, fazendo-a
voltar
a
si.
Seus
benefícios
envolvem
tanto
a
parte
psicológica
como
a
física.
Na
primeira,
por
uma
pessoa
passar
a
maior
parte
do
tempo
deitada
ou
sentada,
quando
em
pé,
o
seu
ângulo
de
visão
mudará, passando a
olhar
as
pessoas
na
mesma
posição
ou
de
cima
para
baixo,
o
que
também
mudará a
sua
forma
de
enxergar
o
mundo
a
sua
volta.
Na
física,
trará
benefícios
à
circulação
sanguínea,
respiração,
funcionamento
de
alguns
órgãos
e,
também,
poderá
diminuir
a espasticidade.4,6,11
Prancha
Ortostática
O
início
do
trabalho
poderá
ser
feito
com
o
uso
de
prancha
ortostática,
espécie
de
maca
com
amarras,
para
prender
o
corpo.
Com
o
uso
de uma
manivela
ou
controle
elétrico
para
subir
a
prancha,
a
pessoa,
gradativamente,
atingirá a
posição
vertical.
Pode
levar
dias
ou
meses
até
chegar
a esta
posição.
Cada
seção
de ortostatismo
não
deverá
ultrapassar
uma
média
de 45
minutos,
para
que
as
amarras
e
outros
artefatos
não
provoquem
úlceras.
As
seções
poderão
ser
feitas
uma
ou
mais
vezes
durante
o
período,
de
acordo
com
a
disponibilidade
da
pessoa.
4,6,11
FES – Estimulação
Elétrica
Funcional
É uma
forma
de
tratamento
que
utiliza a
corrente
elétrica
para
provocar
a
contração
de
músculos
paralisados
ou
enfraquecidos
como
nos
traumas
raqui-medulares.
Com
a eletroestimulação ocorre recrutamento das
unidades
motoras inativas, o
que
não
é
possível
durante
a
contração
voluntária,
e
aumento
na
performance
muscular.
Outro
ponto
que
distingue a
contração
voluntária
da induzida
por
estimulação
elétrica,
é a ativação sincrônica de todas as
unidades
motoras estimuladas,
isto
é, o
início
da
interação
entre
os
filamentos
finos
e
grossos,
ocorre
em
todas as
fibras
recrutadas ao
mesmo
tempo.
As
indicações
para
o
uso
do FES
são:
fortalecimento
muscular,
melhora
do trofismo,
melhora
da
marcha),
controle
da espaticidade., facilitação neuromuscular,
manter
ou
ganhar
amplitude
de
movimento
articular
e
combater
contraturas
e
tecidos
moles.,
reeducação
muscular e
uso
ortótico.1,12,13
Os
portadores
de
lesão
medular
incompleta
são
candidatos
a participarem do
programa
de
fortalecimento
muscular
com
uso
de eletroestimulação.
Cada
paciente
devera
ser
avaliado
individualmente
e a
extensão
da reinervação deve
ser
determinada
para
decidir
se o
programa
será
praticável
e
efetivo.
O numero de
fibras
musculares inervadas vai
determinar
se o
aumento
de
força
nessas
fibras
será
suficiente
para
gerar
um
efeito
dinamicamente
significativo.
Uma
vez
que
a reinervação pode
estar
mascarada
pela
atrofia
muscular,
um
programa
avaliativo de
curta
duração
deve
ser
dado
aos
pacientes
que
mostrem
potencial
de
retorno
a
função
muscular. A eletroestimulação pode
ser
efetivamente
usada
para
assistir
os
pacientes
em
exercícios
ativos.,
resistidos
ou
simplesmente
contra
a
gravidade.
A estimulação
após
um
programa
de
exercícios
ativos
favorece o
exercitar
dos
músculos.
Cuidados
devem
ser
tomados
para
que
o
músculo
não
seja fadigado
demasiadamente
por
um
programa
de estimulação
intenso.
Assim,
programas
de eletroestimulação devem
ser
intercalados
com
programas
tradicionais de
fortalecimento,
podem
ser
muito
efetivas
para
pacientes
que
necessitam
fortalecer
grupos
musculares
específicos.1,12,13
Hidroterapia
A
Hidroterapia
nos
casos
de
lesão
medular
é indicada
onde
há alterações do tônus muscular,
perda
ou
dificuldade
de
movimentos,
contraturas,
perda
de
equilíbrio
ou
das
reações
de
proteção
e déficit na
coordenação
e
associação
de
movimentos.
O
tratamento
na
piscina
aquecida,
para
estes
casos,
exige
especial
atenção
devido
aos
princípios
físicos
de hidrostática e hidrodinâmica e aos
efeitos
fisiológicos provocados
pela
imersão
(temperatura
da
água,
ritmo
da
atividade,
tempo
de
permanência).Objetivos
da
hidroterapia:
Habilitar
o
movimento
seletivo
livre,
estimular
o SNC e
adaptar,
reconstruir,
organizar
respostas
motoras, conscientização
corporal,
funcionalização do tônus muscular,
prevenir
e/ou
reduzir
contraturas,
reeducar
o
padrão
motor,
reeducar
o
equilíbrio
e as
reações
de
manutenção,
ativar
os
sistemas
cardio-respiratório e circulatório, quebrando a homeostase, reeeducar as
transferências
e a
marcha,
capacitar
o
paciente
para
atividades
funcionais
do
dia-a-dia.5
Conclusão
O
trauma
raqui-medular é uma
grave
síndrome
incapacitante, caracterizada
por
alterações de motricidade,
sensibilidade
e de
função
autonômica da
medula
espinal
abaixo
e ao
nível
de
sua
lesão.
Ë
um
evento
de
dimensões
catastróficas,
não
só
para
o
paciente
e
para
sua
família,
mas
para
a
sociedade
em
geral.
As alterações sensitivomotoras determinadas
pela
lesão
medular,
de
instalação
súbita
ou
progressiva,
impõem uma
nova
relação
do
paciente
com
seu
corpo
e a
conseguinte
necessidade
de
aprender
a
conviver
com
essas mudanças. É
função
do fisioterapeuta,
integrante
da
equipe
de
reabilitação,
auxiliar
o
paciente
e
seus
familiares
nessa
readaptação
física,
desde
as
etapas
iniciais
da
lesão
medular,
executando e orientando
exercícios,
cuja
finalidade
é
prevenir
complicações cardio respiratórias e músculoesqueléticas, e torná-lo o
mais
independente
possível,
de
acordo
com
seu
potencial
residual.
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