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Trabalho realizado por: Brena Guedes de Siqueira Rodrigues |
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LESÃO OBSTÉTRICA DO PLEXO BRAQUIAL |
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Revisão Anatômica:O plexo braquial é a estrutura a partir do qual têm origem os nervos dos membros superiores. Ele é formado pela união dos ramos ventrais dos quatro nervos cervicais inferiores (C5, C6, C7 e C8) e pela maior parte ventral do primeiro nervo torácico (T1) e contribuições do quarto nervo cervical (C4) e segundo torácico (T2). Os ramos de C5 e C6 unem-se para formar tronco superior, o C7 dá origem ao tronco médio e C8 e T1 unem-se para formar o tronco inferior. Cada tronco fornece uma divisão anterior e uma posterior. As divisões anteriores dos troncos superior e médio unem-se e formam o fascículo lateral. A divisão anterior do tronco inferior permanece isolada e forma o fascículo medial. As três divisões posteriores unem-se para formar o fascículo posterior. Do fascículo lateral origina-se o nervo músculo-cutâneo e a raiz lateral do nervo mediano; do fascículo medial, surge o nervo ulnar e a raiz medial do nervo mediano e; do fascículo posterior, os nervos axilar e o radial.
A lesão do plexo braquial é comum em adultos, principalmente por acidentes de moto, onde ocorre distensão dos nervos. Já a lesão do plexo braquial obstétrica (PBO) ou do lactente é conseqüente a intercorrências durante o parto, isto é, criança com peso excessivo, apresentação pélvica, tração aplicada a cabeça durante desprendimento do ombro, desproporção entre a cabeça e a pelve, que são mecanismos em que vai haver um afastamento excessivo entre a cervical e o ombro, consequentemente, estirando as raízes nervosas.
Incidência: A incidência dessa patologia chega a ser 1 em cada 4000 crianças, embora venha diminuindo com o avanço da tecnologia, visto que os obstetras podem prever a ocorrência e evitá-la. Classificação:
Ocorre bloqueio fisiológico de condução nervosa, sem que haja interrupção anatômica. Quando o bebê apresenta neuropraxia, pode se recuperar espontanemante em torno de 4 a 6 semanas.
Consiste na interrupção anatômica do axônio. Nesse caso, a recuperação é mais lenta, pois o axônio leva até 4 semanas para começar sua regeneração.
Consiste de completa destruição anatômica (ruptura do nervo). Esta é um dos tipos de lesão nervosa mais grave, sem nenhuma chance de se recuperar espontaneamente. É necessário o tratamento cirúrgico precoce.
Apresentação Clínica
É a forma mais comum de lesão. Caracteriza-se por dano às raízes nervosas superiores (C5 e C6) do plexo braquial. Ocorrerá paralisia flácida de todos os músculos inervados por essas raies, como: deltóide, rombóide, elevador da escápula, serrátil anterior, supinador do antebraço, braquial, braquiorradial, supra-espinhoso, infra-espinhoso e bíceps. Logo, normalmente, o membro superior encontra-se hipotônico, pendente ao lado do corpo em adução, rodado medialmente, com o antebraço pronado e estendido. A função da mão encontra-se preservada.
Ocorre com menor freqüência. Trata-se de danos as raízes nervosas inferiores (C7, C8, T1) do plexo braquial. Nesse caso, os músculos afetados são os flexores do pulso e dedos e os músculos intrínsecos da mão. Logo, a motricidade do braço e antebraço e mantida. Enquanto que a mão aprenta fraqueza muscular e déficit sensitivo na margem média do antebraço e o lado ulnar da mão.
É a lesão total do plexo braquial. É rara e com difícil determinação da localização exata da lesão anatômica. A lesão afetará todo o braço, que se encontra completamente flácido. A distensão vigorosa das raízes nervosas ou do tronco do plexo provoca lesões que variam desde o edema das bainhas nervosas, bloqueando a condução nervosa, até a hemorragia e à formação de cicatrizes e, inclusive, a ruptura dos axônios. O bebê afetado se apresentará com postura assimétrica, com o braço afetado ao longo do corpo, ao invés do padrão flexor. Ele manifestará um distúrbio motor de caráter compensatório, em contratura dos tecidos moles (por falta de mobilidade e posição ocupada pelo membro em repouso), que afetarão a capacidade de manter o equilíbrio sentado, atividades bimanuais e atos que exigem a participação do braço afetado. A atrofia manifesta-se após as primeiras semanas, de forma que a criança continua a crescer e o braço permanece visivelmente menor. Diagnóstico: As manifestações clínicas como atrofia, hipomobilidade, edema, hamatomas são indicativas. A eletroneuromiografia pode ser utilizada principalmente nos três primeiros meses objetivando localizar a lesão e definir o grau de envolvimento dos nervos.Além disso, toda criança com PBO deve ser investigada quanto a presença de lesões associadas como fraturas (úmero, clavícula ou parietal), paralisia de nervo frênico (nervo que inerva o diafragma) ou facial, ruptura ou hemorragia de esternocleidomastoideo e lesão cerebral.
Tratamento Clínico: O tratamento é feito por imobilização pelo prazo de 1 a 2 semanas, com o objetivo de possibilitar a reabsorção da hemorragia e do edema. Para as crianças que não apresentam nenhuma melhora nos primeiros seis meses, o tratamento cirúrgico (transferência ou enxerto de nervo) é considerado por algumas equipes que tratam PBO. O
prognóstico varia de acordo a gravidade da lesão
do
plexo. Porém, o prazo máximo para a
recuperação
varia em 1 a 18 meses. Normalmente, é de 4 a 5 meses para as
lesões superiores e 7 a 9 meses para as lesões
inferiores. Tratamento Fisioterapêutico: A avaliação fisioterapêutica tem início com a motricidade, através dos movimentos ativos e dos reflexos, como o de Moro (assimétrico) e o de colocação das mãos e; a amplitude de movimento de cada uma das articulações. O tratamento fisioterapêutico baseia-se na promoção das melhores condições possíveis para a recuperação da capacidade funcional, em proporcionar as condições ambientais necessárias para os músculos poderem reassumir a função, logo após a regeneração das estruturas nervosas e em treinar o controle motor mediante exercícios. Logo, a fisioterapia tem como objetivos:
Pode-se utilizar técnicas como:
Vale ressaltar que o fisioterapeuta deve respeitar o processo de desenvolvimento neuropsicomotor normal (DNPM) da criança, isto é, os estímulos devem progredir naturalmente de acordo com a evolução natural.
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Obs.: - Todo crédito e responsabilidade do conteúdo é de seu autor. - Publicado em 21/08/06 |
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