INTRODUÇÃO
Também chamada osteoartrite. É a degeneração da cartilagem articular e da porção óssea protegida por ela (osso subcondral). É a manifestação reumática mais comum, com incapacidade física, aumentando a incidência com o decorrer da idade, atingindo 80% da população acima dos 55 anos.
Nas articulações normais as extremidades ósseas que se articulam são revestidas por cartilagem articular, espessa, elástica, que amortece os choques, lubrificada pelo líquido sinovial viscoso, que facilita os seus movimentos.
A cartilagem articular sofre agressões que produzem substâncias (interleocina l - fator de necrose tumoral) que lesam a cartilagem. As citadas lesões estimulam elemento de reposição (fatores de crescimento dos fibroblastos) e protetores da cartilagem. Quando os fatores de destruição são mais intensos a cartilagem articular sofre alterações progressivas, diminuindo a elasticidade e, portanto o amortecimento de choques intensificando as lesões com formação de zonas de destruição, fragmentação, erosões com perda da cartilagem. São várias as agressões que atingem a cartilagem articular:
- l - Traumatismos pouco intensos e repetidos (ex: caminhadas). Atingem o osso subcondral diminuindo a capacidade de absorção dos choques levando à degeneração da cartilagem;
- II - Esforço mecânico repetitivo com modificação da estrutura do colágeno II;
- Ill - Com a idade existem alterações na capacidade da cartilagem articular de amortecer os choques;
- IV - A obesidade submete as articulações que sustentam o peso do corpo a maior sobrecarga;
- V - Inflamação pela resposta antigênica da cartilagem articular demonstrada pelos fatores inflamatórios na própria cartilagem.
ARTROSE COLUNA VERTEBRAL
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da AO baseia-se em achados clínicos e radiológicos. Os exames de laboratório raramente apresentam alterações de importância; a velocidade de hemossedimentação pode estar discretamente elevada.
Radiologia
Permite o reconhecimento dos achados macroscópicos. Kellgren estabeleceu critérios radiológicos para o diagnóstico da AO:
- Presença de osteófitos
- Diminuição do espaço articular
- Esclerose subcondral
DEFORMIDADES
É necessário ter presente que a identificação de alguma das alterações radiológicas citadas não significa necessariamente que o paciente apresente quadro clínico, uma vez que existe dissociação clínico-radiológica em aproximadamente 40% dos casos.
ARTICULAÇÃO NORMAL
- Osso subcondral
- Espaço Articular
- Bordo ósseo
ARTROSE
- Esclerose subcondral
- Redução de espaço
- Osteófíto
A) CERVICAL
São comuns os processos degenerativos devido a desproporção entre o peso da cabeça e o tamanho pequeno dos discos e articulações intervertebrais, freqüente em C-5, C-6 e C-7. Apresentam vários sintomas dependendo da localização da lesão, como: dor na região temporal ou mandibular, ruídos auditivos, rigidez do pescoço, dores de cabeça com vômitos e distúrbios visuais. De acordo com a lesão da raiz do nervo há irradiação das dores para os ombros e as sensações nas mãos, mais acentuadas pela manhã ou durante o sono, de cãibra, dormência, formigamento, prurido, sudorese, atrofia muscular das mãos. Os osteófitos do corpo vertebral podem fazer compressão no esôfago e traqueja com rouquidão e tosse.
B) LOMBAR
São freqüentes provocando dor lombar crônica, que aumenta com os movimentos e alivia com o repouso. Localizam-se nas últimas vértebras lombares e nos discos que sofrem pressões quando estão mal sentados ou pelo excesso de peso corporal, principalmente pela proeminência abdominal (barriga). A dor se irradia para a virilha, nádega, pelo ciático até o pé.
TRATAMENTO
É basicamente sintomático dirigido principalmente para o alívio da dor e da inflamação secundária. Todo o tratamento deve ser individualizado dentro dos seguintes parâmetros:
- Educação e apoio - visa esclarecer o paciente a respeito de:
- Controle de peso;
- Adequação de hábitos desportivos e atividades profissionais e atividades do dia a dia;
- Controle do excessivo stress articular;
- Terapêutica não medicamentosa - pela aplicação de fisioterapia, (cinesioterapia e hidroterapia, calor etc).
- Terapêutica medicamentosa - pela prescrição e indicação de antiinflamatórios não hormonais
- Tratamento cirúrgico - indicando nos casos de graves deformidades articulares incapacitantes.
- Terapêutica condroprotetora - seu papel na terapêutica da osteoartrose humana ainda não e consensual na literatura médica.
TRATAMENTO GERAL
Uma vez estabelecido o diagnóstico, deve-se ter certeza de que o paciente e sua família compreendam claramente a natureza crônica e incapacitante da doença (ainda que temporariamente, durante os períodos de maior atividade articular). Quadros depressivos e comportamento passivo freqüentemente São observados no paciente reumatóide e merecem atenção, obtendo-se bons resultados com o uso de antidepressivos.
O objetivo do tratamento é manter a capacidade funcional do paciente e para tanto se deve reduzir a inflamação e a dor, manter a movimentação e força articular, prevenir e corrigir deformidades. A utilização adequada de repouso, drogas antiinflamatórias, talas, fisioterapia e cirurgia ortopédica tem o propósito de preservar a função articular. O repouso, como curtos períodos de descanso durante o dia e noites bem dormidas, é importante adjuvante terapêutico.
O principal sintoma - a dor precisa ser eliminada. No período agudo ou de exacerbação o paciente deve permanecer em repouso absoluto passando logo após para o relativo durante 1 a 2 horas para evitar as atrofias musculares e a rigidez.
Com a regressão da inflamação, movimentar as articulações lenta e suavemente, sem causar dores. Procurar aumentar a amplitude dos movimentos distendendo a cápsula articular e intensificar a irrigação sanguínea para estimular a recomposição da cartilagem articular e fortalecer os músculos e ligamentos que sustentam a articulação. É necessário corrigir os fatores que interferem ou que possam intensificar a artrose, modificando hábitos de vida (suprimindo álcool, fumo); normalizar o diabetes, gota, distúrbios hormonais, defeitos de postura (desvio da coluna); igualar as diferenças dos membros inferiores com palmilhas; usar dieta hipocalórica na obesidade para diminuir a sobrecarga articular e melhorar a sua estabilidade beneficiando a saúde, principalmente se for diabético; usar bengala para maior firmeza na locomoção evitando as quedas.
TRATAMENTO FISIOTERÁPICO
Esta forma de tratamento tem um importante papel em todas as fases da doença. Calor local alivia o espasmo muscular e reduz a rigidez. Exercícios passivos ajudam a prevenir ou minimizar a perda de função. Exercícios isométricos aumentam a força muscular e contribuem para a manutenção da estabilidade articular. Durante a fase ativa da doença exercícios repetitivos não devem ser realizados, enquanto que a imobilização por curtos períodos é útil para reduzir a dor e possível inflamação. O uso de talas noturnas é importante para prevenir contraturas em flexão, especialmente dos joelhos e punhos. Avaliação e orientação da rotina em casa e no trabalho e o uso de adaptadores certamente aumenta a habilidade do paciente em manter atividade.
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