Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

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Trabalho realizado por:
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Adriana da Silva Martins
- Danielle Figueiredo Rocha
- Fabrícia Azevedo Mello
- Maíra Ventura Cavalcante Santos
- Viviane de Assis Medeiros

Acadêmicos do curso de Fisioterapia Reumatológica da UNIVERSO.


FOSFATASE ALCALINA ÓSSEA

 

Resumo

Fosfatase Alcalina Óssea (FAOS) é um marcador bioquímico do metabolismo ósseo, onde podemos definir como substâncias que retratam a formação ou a reabsorção óssea. Como a formação é dependente da ação dos osteoblastos, os marcadores de formação (fosfatase alcalina óssea) na realidade medem produtos decorrentes da ação destas células. Os marcadores de formação, são todos eles frutos da síntese osteoblástica. A fosfatase alcalina óssea é uma glicoproteína específica encontrada na superfície dos osteoblastos. Sua função ainda não está de todo elucidada, porém seu papel na mineralização do esqueleto está confirmado. A avaliação da atividade sérica da fosfatase alcalina óssea é um marcador ósseo que fornece informações úteis do remodelamento ósseo na osteoporose, na doença de Paget e no acompanhamento de terapias preventivas e de reposição hormonal ou de outras terapias antiabsortivas. A fosfatase alcalina contida no plasma humano é fisiologicamente a somatória de várias isoenzimas que provêm do osso, do fígado, do intestino e da placenta, durante a gravidez. Esta enzima é codificada pelo gen, tecido não-específico, é localizado no cromossomo 1. Em condições normais, as duas formas predominantes em circulação (>90% do total) de fosfatase alcalina, são a óssea e a hepática, em quantidades equivalentes. A outra forma circulante, em concentrações significativas, é a forma intestinal, que representa menos de 5% do total. A fosfatase alcalina é uma ectoenzima, ou seja está localizada na superfície externa da célula, onde exerce sua atividade. As alterações encontradas na hipofosfatasia, doença devida a uma mutação no gen codificador da enzima, predominantemente osteomalácia, sugerem fortemente que a enzima tenha papel fundamental na mineralização. Durante muitas décadas a medida da atividade total de fosfatase alcalina foi a base do estudo de patologias tanto ósseas como hepáticas, partindo-se do pressuposto de que o aumento da atividade total seria devido à isoenzima específica da patologia. Um aspecto relativo ao uso e interpretação dos valores de fosfatase alcalina óssea é o fato de que eles não aumentam exclusivamente com o aumento da formação óssea, mas também na osteomalácia. Esta observação torna a enzima um marcador do tratamento da osteomalácia com vitamina D.
Além do mais, a detecção da fosfatase alcalina óssea pode indicar a presença de tecido ósseo derivado de condições patológicas malignas.


Aplicações Clínicas:


* Estudo e acompanhamento terapêutico da osteoporose, especialmente da menopausa. Está é uma doença do metabolismo ósseo caracterizada por remodelação óssea anormal.

* Doença de Paget, estudo e controle do tratamento, especialmente com bifosfonados quando é avaliado o nível de queda da FAOS. Esta tem etiologia ainda desconhecida, porém hipóteses de etiologias envolvendo fatores genéticos e virais têm sido apontadas. Esta patologia é uma desordem óssea focal que produz dor e deformidade, com elevadas taxas de atividades de remodelamento ósseo. As lesões ocorrem principalmente no crânio, coluna vertebral, pelve e ossos longos, e podem resultar em fraturas e comprometimento neurológico.

* Metástases ósseas - em geral acentuada elevação da FAOS (depende do tipo de tumor e da metástase).

* Mieloma múltiplo-acentuada queda da FAOS.

* Hiperparatireoidismo Primário ou Secundário.
 

Vantagens da FAOS
Estável no soro porque tem meia vida longa
Não há maiores exigências no manuseio das amostras
Não é afetada pelo Clearence Renal
 

Especificidade

Fonte

Reação Cruzada com outros locais
que produzem fosfatases

Osso
Fígado
Placenta
Intestino

100%
5%
0%
<1%


Interferências:

Este teste não sofre interferência de: hemoglobina, bilirrubinas e triglicérides.
 

Valor Normal:
Homens: 12 a 23 U/L
Mulheres: 10 a 22 U/L

Estatística

De acordo com a pesquisa realizada pelo laboratório Diagnósticos de Amenca, foram selecionados para o estudo 47 pacientes entre um e 20 anos que compareceram a instituição hospitalar para exames de rotina, cujas fichas clínicas não continham evidências de patologias ósseas e/ou hepáticas. As amostras de sangue coletadas para essa finalidade foram também utilizadas para a dosagem da fosfatase alcalina. Esses pacientes somaram 28 do sexo masculino e 19 do feminino.
 



Obteve-se média geral de 39,96% (DP = 16,50) de atividade de fosfatase alcalina após a termoinativação. As médias de fosfatase alcalina para o sexo masculino (39,13%) e feminino (41,12%) não diferiram significativamente entre si (tabela 3). Não foi possível observar correlação estatística entre a atividade remanescente de fosfatase alcalina e a ida-de dos indivíduos (tabela 4).
 

Conclusão

Vários autores demonstraram que a fosfatase alcalina óssea é mais termolábil que a de origem hepática; é portanto, inativada mais rapidamente pelo calor. Baseadas nesse fato, várias técnicas de dosagem da atividade remanescente de fosfatase alcalina pós-tratamento térmico foram estudadas com êxito. O valor obtido pode ser expresso em percentual da atividade original e, quanto menor for este valor, maior será a proporção de fosfatase alcalina óssea contida na amostra. A fosfatase alcalina de origem intestinal pouco interferiria no resultado, tendo em vista que está presente em apenas cerca de 25% dos soros, apresentando-se, contudo, em pequenas quantidades e mais provavelmente em indivíduos secretores pertencentes aos grupos sanguíneos B ou O. Estes dados mostram que indivíduos entre um e 20 anos apresentam predomínio de fosfatase alcalina óssea maior que os adultos. A fosfatase alcalina é parâmetro laboratorial largamente utilizado em ortopedia. Contudo, este antigo parâmetro ainda não teve seu significado clínico completamente elucidado no curso da patologia tumoral óssea. A primeira dificuldade deriva do fato de que não há aceitação geral entre níveis altos desta enzima com o prognóstico da tumoração. A segunda diz respeito à falta de trabalhos na literatura que utilizem a isoenzima óssea da fosfatase alcalina na predição de tais lesões. Assim, há necessidade de se investigar antigas premissas da literatura ortopédica à luz da bioquímica moderna para reavaliar o verdadeiro papel dessa dosagem laboratorial. Há muito se sabe que a fosfatase alcalina é o único parâmetro laboratorial que está significativamente elevado em pacientes portadores de sarcomas osteogênicos. Altos níveis foram relatados em 40% a 80% dos pacientes com osteossarcoma e o aumento dos níveis enzimáticos foi relacionado com a atividade osteoblástica da célula tumoral. Embora não seja aceitação geral, parece inquestionável que valores séricos da enzima fosfatase alcalina dosados no instante pré-tratamento estão estreitamente relacionados com o prognóstico de recidivas do tumor. É de se supor, então, que melhores conhecimentos a respeito do significado clínico desta enzima no curso da patologia óssea tumoral advirão da dosagem plasmática em isolado da isoenzima óssea, a única que realmente é produzida por célula osteoblástica em atividade. No presente relato, credita-se essa carência na literatura à dificuldade da dosagem laboratorial dessa enzima através de procedimentos ordinários de laboratório. O método da termoinativação aqui apresentado dá idéia clara da predominância da isoenzima óssea ou hepática, mostrando-se eficiente, simples, rápido e de baixo custo. Dessa forma, apresenta-se alternativa viável que poderá difundir mais rapidamente o uso da fosfatase alcalina óssea como marcador da atividade osteoblástica.
 

Referências Bibliográficas

- www.diagnósticosdaamenca.com.br, (02/09/2006)

- www.institutofleury.org.br, (02/09/2006)

- www.labpardim.com.br, (16/09/2006)

- www.rbo.org.br, (16/10/2006)

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 14/11/06

 


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