Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

 www.fisioweb.com.br 


Trabalho realizado por:
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Cristiane Magalhães
- Carla Criscia
- Eduardo Amorim
- Carlos Maikon
- Marcos José
- Marcelo Almeida

Acadêmicos do curso de Fisioterapia Reumatológica da UNIVERSO.


Waaler-Rose - Patologias Reumáticas

 

Introdução

As patologias reumáticas são conhecidas como doenças que atingem o sistema músculo-esquelético, tais como as articulações, ossos, cartilagem, músculos e estruturas peri-articulares, e também são ditas doenças presentes em pessoas idosas. Porém, as patologias reumáticas podem acometer não somente o sistema músculo-esquelético como também atingem órgãos diversos, assim como podem acometer jovens ou até mesmo crianças. Portanto, as doenças reumáticas devem ser bem avaliadas e ter um diagnóstico preciso, que depende da associação de uma série de sintomas e sinais clínicos, bem como achados laboratoriais e radiográficos, para que possam ser tratadas corretamente de acordo com as características apresentadas pelo paciente.

Os exames laboratoriais são solicitados devido à sua importância para avaliar o grau de inflamação e são chamados provas de atividade inflamatória, no qual é verificada a presença de uma proteína no sangue denominada Fator Reumatóide, e é um dos critérios utilizados para o diagnóstico. Quanto maior a quantidade de Fator Reumatóide no sangue mais intensa é a doença.


Fator Reumatóide

Fator Reumatóide é um grupo de auto-anticorpos, geralmente uma imunoglobulina da classe IgM, que se liga ao fragmento Fc da IgG. Esta substância está presente em cerca de 50 – 90% dos casos de patologias reumáticas, e durante a fase ativa da doença, são encontradas concentrações mais elevadas, que começam a decair à medida que o paciente evolui para uma a remissão clínica, mantendo-se presente em níveis baixos e estáveis e tornando a se elevar nos períodos de reativação da doença. Entretanto o Fator Reumatóide ocorre comumente em níveis baixos, em indivíduos normais, e foi demonstrada uma prevalência alta em idosos bem como em um número de doenças caracterizadas por inflamação crônica e/ou hipergamaglobulinemia. Apesar do Fator Reumatóide ser considerado um dos critérios para o diagnóstico, a sua ausência não elimina a possibilidade de um diagnóstico positivo.

O Fator Reumatóide pode estar presente em diversas situações clínicas, tais como: Lúpus Eritematoso Sistêmico (15 a 35%), Síndrome de Sjögren (75 a 95%), Dermatomiosite/Polimiosite (5 a 10%), Crioglobulinemia (40 a 100%), Esclerodermia (20 a 30%).

A identificação e a quantificação da classe do Fator Reumatóide que se encontra envolvida podem ser realizadas por vários métodos, que tem sido cada vez mais explorados. Um destes métodos é o chamado Waaler-Rose, que será abordado a seguir.


Waaler-Rose

O Teste Waaler-Rose é um teste rápido de aglutinação para a determinação qualitativa, em placa, de Fator Reumatóide. Apresenta resultados que podem ser positivo, quando na presença do Fator, ou negativo, na ausência deste.


História

Há 40 anos, Waaler (Noruega) e Rose (EUA) descreveram que os soros de pacientes com artrite reumatóide aglutinavam hemácias de carneiro sensibilizadas com anticorpo de coelho anti-hemácias de carneiro, e o responsável por esta atividade é o fator reumatóide. Em 1956, Singer e Plotz introduziram a técnica de aglutinação de partículas de látex sensibilizadas com gamaglobulina humana, para a pesquisa do Fator Reumatóide. Durante  longo período, o teste de Waaler Rose foi considerado como mais específico que o teste do látex, e este mais sensível do que o anterior. Atualmente sabe-se que realizadas em conjunto, fornecem dados complementares.


Propriedades e Características

O antígeno, uma suspensão estabilizada de eritrócitos de carneiro sensibilizados com gamaglobulina anti-eritrócitos de carneiro, aglutinam em presença de Fator Reumatóide no soro do paciente. A sensibilidade do teste pode ser reduzida em baixas temperaturas , portanto resultados melhores são obtidos em temperaturas superiores a 10°C.

A principal razão para se procurar o Fator Reumatóide pode ser unicamente considerada em razão do quadro clínico; a evidência da reação inflamatória; raio X apropriado das articulações e exame do fluido das articulações.

Muitos pacientes podem ser negativos quando das primeiras manifestações clínicas da patologia, e só apresentarão positividade para o Fator Reumatóide em uma fase mais tardia. Esta soroconversão geralmente ocorre após dois anos do início da  doença.

A patologia pela qual este exame é mais utilizado é a Artrite Reumatóide, pois auxilia no estabelecimento do diagnóstico, completando o exame físico, e a avaliação dos sinais e sintomas.


Significado Clínico

Alguns quadros clínicos considerados na diagnose da Artrite Reumatóide podem se apresentar com determinação negativa do Fator Reumatóide:

1- Artrite reumatóide Precoce: Títulos de Fator Reumatóide significativamente elevados podem não ser vistos no soro nos primeiros meses, o Fator pode ser achado no fluído inflamatório antes de ser visto no soro.

2- Artrite Reumatóide Juvenil: São encontrados testes positivos para Fator Reumatóide no látex em uma minoria de caso típicos. Os Fatores Reumatóides são vistos mais comumente com: ataques em pacientes com 10 anos; febre, nódulos subcutâneos. Pode ser procurado quando existem evidências de antecedentes correntes ou recentes de infecção por estreptococos.

3- Artrite Reumatóide associada com certas doenças sistêmicas como a Síndrome de Reiter, artropatia colítica e artrite psoriática.

4- Em alguns casos a Artrite Reumatóide "definitiva" é em poucos casos " clássicos" definidos por critérios clínicos, os níveis de Fator Reumatóide são consideravelmente negativos.


Métodos de Análise – Leitura e Interpretação

O método de análise laboratorial é qualitativo e consiste na utilização de lâminas, soro e dos antígenos. Deve-se examinar, macroscopicamente, para verificar a presença de aglutinação evitando qualquer movimento da lâmina durante a observação. Se houver nítida aglutinação, indicará uma concentração de Fator Reumatóide igual ou superior a 30 Ul/ml, resultando em Reação Positiva. Se houver ausência de aglutinação, indicará concentrações de Fator Reumatóide menores que 30 Ul/ml, resultando em Reação Negativa.

Pacientes com critérios do CAR (Colégio Americano de Reumatologia) presentes, e com títulos elevados de Fator Reumatóide reforça o diagnóstico e subclassifica o paciente como Artrite Reumatóide soro-positivo. Por outro lado, se os critérios para diagnóstico são fortes, e a pesquisa do Fator Reumatóide é negativa ele passa a ser considerado como AR soro-negativa. Se inicialmente o teste resultar em reação negativa, pode ser repetido 6 a 12 meses após o início de doença.


Limitações do Teste

O diagnóstico não deve ser baseado somente neste teste, devendo ser complementado com outros, juntamente com o exame clínico. A incidência de resultados positivos em soros de indivíduos aparentemente normais é de 3 - 5 %. Reações positivas podem ocorrer em outras condições como na mononucleose, hepatite, sífiles e em pacientes idosos.


Sensibilidade

A sensibilidade do antígeno foi ajustada para detectar cerca de 30 Ul/ml de uma preparação de Referência internacional de Soro de Artrite Reumatóide.


Conclusão

O tratamento Fisioterapêutico é de suma importância nas patologias reumáticas, e para que este tratamento seja eficaz é necessário que o paciente seja muito bem avaliado pelo Fisioterapeuta para que possa traçar um plano correto de reabilitação e manutenção da função. Este teste, Waaler-Rose, pode contribuir com a avaliação pois demonstra a presença ou não do Fator Reumatóide na corretnte sanguínea. Porém, a avaliação física do paciente, bem como o fisiodiagnóstico continua sendo primordial ao Fisioterapeuta, mesmo porque o teste, por si só, não define a patologia. Portanto o conhecimento acerca das patologias, dos sinais e sintomas apresentados e de toda a história clínica do paciente deve ser obtido pelos profissionais que participam do tratamento do determinado paciente.


Bibliografia

1. GABRIEL, Maria R. Serra; PETIT, J. Diaz; CARRIL, Maria L. de Sande. Fisioterapia em traumatologia ortopedia e reumatologia. Rio de Janeiro: REVINTER, 2001.

2. www.reumatorj.com.br

3. www.projetodiretrizes.org.br

4. www.fleury.com.br

 

Obs.:
- Todo crédito e responsabilidade do conteúdo são de seus autores.
- Publicado em 14/11/06

 


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