Fraturas
O fenômeno patológico mais comum nos traumatismos é a ruptura dos ossos, comumente chamada fratura.
Há dois tipos de fraturas: fechadas e abertas.
Fraturas fechadas: são aquelas em que o osso quebrado não aparece na superfície, isto é, quando não ocorre ruptura das partes moles superficiais, apenas sentindo-se o desnível e o movimento anormal dos ossos.
Nas fraturas abertas o osso fraturado aparece na superfície corporal, devido aos rompimentos da carne e da pele.
Existem vários sinais clínicos que caracterizam uma fratura. Podemos citar, por exemplo:
- Traumatismo;
- Dificuldade ou incapacidade de movimento;
- Dor e edema na área atingida;
- Posição anormal (desvio do eixo) do membro;
- Ao toque, sente-se um crepitar característico, por atrito, dos fragmentos ósseos;
- Se a fratura for exposta, há naturalmente o surgimento do osso fraturado rompendo a pele.
No atendimento ao acidentado com fratura fechada:
1) A vítima deve ser movimentada o menos possível;
2) Cobrir a área lesada com pano limpo ou algodão, a fim de evitar lesões em áreas superficiais;
3) Imobilizar o membro com talas ou apoios adequados, como tábua papelão, revistas dobradas, travesseiros, mantas dobradas, etc .
4) Amarrar as talas de apoio com ataduras ou tiras de pano, de maneira firme, mas sem apertar. As talas devem ser amarradas acima e abaixo do local da fratura e acima e abaixo das articulações próximas à área fraturada;
5) Remova o acidentado para o hospital.
Observação:
O socorrista nunca deve tentar recolocar os ossos fraturados no lugar.
Em casos de fratura exposta, o socorrista deve fazer um curativo protetor sobre o ferimento, com gazes ou pano limpo, a fim de evitar infecções.
Se houver hemorragia abundante, é sinal de que houve, além de fratura, ruptura de vasos. Assim sendo:
1) Procure conter a hemorragia, conforme exposto anteriormente;
2) Imobilize o membro fraturado;
3) Providencie a remoção do acidentado para o hospital.A fratura do cranio sempre se reveste de gravidade, necessitando de cuidados médicos imediatos. Caracteriza-se por:
- Lesão no crânio;
- Perda de sangue pelo nariz ou pelos ouvidos;
- Perda da consciência ou estado semiconsciente;
- Náuseas e vômitos imediatos, podendo também aparecer algum tempo depois.
Como atendimento, nesta situação:
1) Mantenha o acidentado recostado, procurando o máximo de repouso possível
2) Se houver hemorragia do couro cabeludo, faça curativo envolvendo a cabeça por meio de uma faixa ou pano limpo;
3) Se houver parada respiratória, inicie respiração artificial pelo método boca-a-boca;
4) Imobilize a cabeça do acidentado, apoiando-a em travesseiros, almofadas, etc.;
5) Conduza o paciente ao hospital.
A fratura da coluna vertebral possui as seguintes características:
- Lesão traumática na coluna vertebral (espinha dorsal);
- Dor local acentuada;
- Deslocamento de vértebras;
- Dormência nos membros;
- Paralisia de membros.
No atendimento à vitima deve-se considerar o seguinte:
1) Não toque nem deixe ninguém mexer no acidentado se houver suspeita de fratura de coluna, até a chegada do médico;
2) Observe sua respiração. Se houver parada respiratória, inicie respiração artificial pelo método boca-a-boca;
3) O transporte do acidentado deve ser feito com muito cuidado, em maca ou padiola;
4) Empregue quatro pessoas para levantar o acidentado e levá-lo até a maca, movimentando seu corpo em um tempo só, como se fosse um bloco maciço, sem lhe torcer a cabeça e os membros.
Além disso, devem ser observados os seguintes cuidados:
1) Nunca vire o acidentado de lado, procurando melhorar sua posição;
2) Durante o transporte para o hospital, evite paradas bruscas com o veículo ou movimentos
fortes.
Em casos de fratura da bacia proceda como no caso anterior, tendo o cuidado de amarrar ambas as pernas da vitima bem juntas, para que durante o transporte não haja nenhum movimento dos membros inferiores.
A fratura da clavícula é o traumatismo da parte superior do tórax. Apresenta dor intensa no local da
fratura e o acidentado não pode movimentar o braço do lado atingido.
O socorrista, nesse caso, deve prestar ao paciente o seguinte atendimento:
1) Coloque sob seu braço um pano, dobrado várias vezes, para servir de almofada;
2) Amarre o braço no centro do tórax,do lado ferido, por meio de tiras de pano;
3) Espalme a mão do braço imobilizado contra o peito, do lado são, apoiando o antebraço por meio de uma tipóia (pano triangular ou tiras de pano);
4) Conduza o paciente ao médico.
Se a situação for de fratura do úmero proceda como no caso anterior, procurando apoiar a face externa do braço por meio de uma tala (papelão, revista, etc.) ao longo do braço.
Em caso de fratura do antebraço imobilize o braço por meio de uma tipóia e conduza o paciente ao médico.
CLAVÍCULA
==> Anatomia Regional
Os ossos da cintura escapular são: clavícula (segmento que será comentado), escapula, 1/3 proximal do úmero ou diáfise proximal do úmero.
==> Fisiopatologias
Pode ocorrer uma série de patologias na clavícula:
Com a perda de movimento no terço proximal do úmero(por engessamento, doença fisiológica que implique na perda ou diminuição de movimento do braço{bursite}, isto fará com a clavícula não realize todo seu arco de movimento, podendo gerar atrofia da musculatura que dão mobilidade a todo este segmento. Pode ocorrer perda da mobilidade, diminuição do movimento (deslizamento).
==> Tipos de Fratura
Existem vários tipos de fratura:
* Aberta e fechada (expostas e não expostas)
* Por torção e encurtamento
* Fratura completa e incompleta (lesão em todo osso ou em apenas algumas corticais)
* Múltiplas (ocorre o "esfarelamento")
* Impacto; penetrante; epifisárias; oblíqua; por fadiga (stress)
AS FRATURAS NA CLAVÍCULA PODEM OCORRER POR:
* Trauma direto
* Trauma lateral ao ombro
* Trauma por queda sobre a mão estendida (impacto)
As fraturas na clavícula são bastante requentes incluindo 15% do total de fraturas. O mecanismo da fratura é por flexão, havendo ascavalgamento dos fragmentos, localiza-se quase sempre no 1/3 médio ou na união dos 1/3 médio e distal. Em função do mecanismo o traço da fratura é quase sempre oblíqua ou cm fragmento em "asa de borboleta". O fragmento proximal e levado para acima e para trás por ação do músculo esternocleidomastiodeo, e distal para baixo pelo peso do braço.
São muito comum em crianças principalmente na forma de galho verde( são as fraturas subperiosteal, que são produzidos por uma força de angulação onde tende a entortar o osso em uma das corticais e a quebrá-lo na outra produzindo ma fratura incompleta). Em qualquer idade esta fratura pode consolidar com um calo hipertófico e sem seqüelas funcionais, as fraturas de clavícula são comuns no parto, por isso são chamadas de fraturas obstétricas.
O quadro clínico é de dor e impotência funcional d membro superior, podendo estar ou não acompanhado de deformidade.
Tratamento:
As fraturas obstétricas praticamente não requerem tratamento, uma vez que se consolidam rapidamente, devendo a mão ser informada que em um período de 7 dias a manipulação c0om o recém nascido deve ser feita de maneira cuidadosa para evitar a dor e principalmente nos movimentos dos membros superiores
Nas crianças maiores, uma imobilização em 8 é bastante satisfatória para alongar a cintura escapular e colocar a fratura em posições aceitáveis. Pequenos encurtamentos e deformidades serão corrigidos com o crescimento, havendo remodelação completa da clavícula.
Nos adultos pode haver uma bandagem em forma de 8 reforçada com gesso, que será mentido por aproximadamente 3 semanas onde a extensão da cintura escapular promoverá a redução da fratura.
Na grande maioria dos casos de fratura na clavícula é passível de tratamento conservador, porém, em alguns casos fragmentos ósseos ameaçam lesar a pele e exteriorizar-se, ou em casos onde a deformidade seja muito grosseira a antiestética, pode pensar em correção cirúrgica.
LUXAÇÕES ESTERNOCLAVICULARES
Ocorrem por queda ou trama direto sobre a face anterior do ombro empurrando o externo externo da clavícula para trás e o interno para adiante.
É pouco freqüente e quando ocorre o desvio mais comum é para cima e para frente, o desvio posterior pode causar compressão da traquéia, o diagnóstico é feito mais facilmente pelo exame físico que pelo Rx, em função da dor e da deformidade
Tratamento:
Pode se feito através da redução incruenta ou cruenta com fixação, nos casos de luxações recidivantes.
LUXAÇÕES ACRÔMIO CLAVICULARES
Causada por queda sobre ombro, sendo freqüentes principalmente em jovens desportistas. O acrômio se desloca para baixo e a clavícula para cima, principalmente pela ação dos músculos do trapézio e esternocledomastóideo.
Os ligamentos coracoclaviculares, trapezóide e o conóide, fixam a clavícula a apófise caracóide da escápula, quando eles não são lesados, ocorra apenas subluxação, porém, quando há ruptura destes ligamentos, o resultado é a lesão completa da articulação acromioclavicular.
O diagnóstico radiológico é feito comparativamente por meio de radiografias com stress, ou seja, com o pacienta sustentando um peso em cada mão. A deformidade quase sempre é evidente.
Tratamento:
Pode ser feito através da redução e contenção tiras de esparadrapo, até a redução cruenta com fixação. Em casos de subluxação, apenas o uso de uma tipóia
Primeiros Socorros
1. Demonstrar como preparar curativos e organizar um estojo de primeiros socorros, conhecendo a utilização de cada ítem.
2. Saber reconhecer e como agir nos casos de picadas de insetos, cobras, desmaios, queimaduras e ferimentos leves.
3. Saber como proceder nos casos de ferimentos nos olhos.
4. Saber como agir em caso de entorses, fraturas, e luxações.
5. Saber aplicar controle vertical e imobilização alternativa.
6. Demonstrar quatro métodos para transportar pacientes.
7. Demonstrar como prestar primeiros socorros nos casos de fratura de clavícula e costelas.
8. Saber aplicar ataduras( triangular e de crepom ) na cabeça, mão, pé, joelho, tornozelo e cotovelo.
9. Saber aplicar os métodos de desobstrução em casos de engasgamento.
10. Saber como agir nos casos de hemorragia nasal e insolação.
11. Saber como proceder nos casos de ataque de epilepsia e desmaios.
12. Conhecer os pontos de verificação de pulsação e saber quando utilizar-se de cada um, demonstrando como verificar a pulsação.
13. Saber tratar de casos de intoxicação alimentar e envenenamentos.
14. Conhecer a posição das principais artérias e saber como parar hemorragias externas; saber adotar medidas contra o estado de choque.
15. Saber aplicar métodos de recuperação cárdio-pulmonar ( RCP ), agindo sozinho ou em dupla.
16. Saber como proceder para dar o primeiro atendimento de socorro, acionar organismos de emergência e controlar e coordenar curiosos.
17. Elaborar um folheto ilustrado sobre as enfermidades mais comuns em acampamentos, seus respectivos sintomas e tratamento.
18. Ser aprovado em curso de primeiros socorros reconhecido pela UEB ( nível local ou regional ). |
BIBLIOGRAFIA
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James A. Gould III,M,S.,P.T. FISIOTERAPIA NA ORTOPEDIA E NA MEDICINA DO ESPORTE ,Editora Manole ltda, 2ª Edição, São Paulo, SP, 1993.
www.wgate.com.br/fisioweb
Bonnin,J.G.,MANUAL DE TRAUMATOLOGIA, 1ª Edição, Rio de Janeiro,RJ, 1952.
Ribeiro, Edson Passos, TRAUMATOLOGIA OSTEOARTICULAR, 2ª Edição,São Paulo, SP, 1984.
GOULD 111,James A, FISIOTERAPIA NA ORTOPEDIA E NA MEDICINA DO
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