INTRODUÇÃO
Sabemos que o envelhecimento traz várias alterações anatômicas e fisiológicas, e
que estas alterações que tornam o paciente idoso mais frágil, desta forma ele
estará mais propenso a sofrer quedas.
A fisioterapia preventiva, ajuda para que estes pacientes consigam superar as
constantes ameaças ao seu equilíbrio, não só melhorando suas capacidades
funcionais como também lhes conscientizando de suas limitações, e sugerir
algumas alterações em seus lares para lhes conferirem maior segurança, para que
não venham a sofrer uma queda.
A proposta preventiva visa melhorar a qualidade de vida destes idosos, visto que
as quedas trazem inúmeras conseqüências podendo em casos mais graves levar o
idoso a óbito.
QUEDAS
Devido a melhora da assistência médica e prevenção de complicações
após queda, tem ocorrido uma redução nas mortes, principalmente do sexo feminino
atribuídas a quedas. As lesões acidentais são a sexta causa de morte em pessoas
de 75 anos ou mais, e representam a causa isolada mais comum de mortalidade
acidental, correspondendo a 70%. Nos indivíduos com 65 anos ou mais as quedas
matam mais do que a pneumonia ou diabetes , e todos os tipos de acidentes
combinados.
No entanto a maior parte das quedas não resulta em morte, a queda ainda está
associada com morbidade significativa. Aproximadamente 40% das quedas em
mulheres com mais de 75 anos de idade resultam em fraturas, comparados com 27 %
em homens.
A fratura de quadril é a lesão por conseqüência da queda que mais comumente leva
à hospitalização e a duração da internação é quase o dobro daquela para todas as
outras causas de internação hospitalar no idoso.
DEFINIÇÃO DE QUEDA
A instabilidade seria definida como: “falta de capacidade para
corrigir o deslocamento do corpo, durante seu movimento no espaço”. A
instabilidade acarreta o risco de queda, mas a decisão a respeito do que
constitui uma queda não é simples, especialmente para fins de pesquisa.
Numerosas definições foram apresentadas, e a maioria delas leva em conta pelo
menos três dos seguintes fatores:
1. Que pelo menos parte do corpo da pessoa acabe em contato com o chão ou com
algum nível mais baixo isto, é, abaixo da cintura pélvica.
2. Que se trate de um acontecimento inesperado e não intencional;
3. Que a circunstâncias não sejam capazes de provocar a queda de uma pessoa em
boa forma, como seria, por exemplo, escorregar sobre o gelo;
4. Que o evento não possa se explicado como sendo consecutivo a algum fator
intrínseco sério, tais com derrame cerebral, lipotimia ou ataque cardíaco.
As quedas nem sempre resultam em contato súbito e violento com o piso ou com a
mobília. São às vezes precedidas por movimentos vacilantes, agarrando-se a
pessoa nos móveis ou contra a parede, antes de cair ao chão. Outras vezes, o
indivíduo acaba deitado no piso ou no solo de maneira lenta, mas incontrolável.
Por exemplo, ele pode deslizar sobre o chão depois de ter adormecido dentro de
uma cadeira escorregadia.
CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA DAS QUEDAS
As causas de uma queda podem ser de natureza intrínseca ( relacionada
com o indivíduo ), ou extrínseco ( que é relacionada com o ambiente ). Os
fatores intrínsecos incluem alterações fisiológicas relacionadas ao
envelhecimento, doenças e medicamentos que acarretam risco de queda para os
idosos. As causas extrínsecas incluem perigos ambientais, como chão escorregadio
e áreas pouco iluminadas. E pela análise e interpretação de cada queda
isoladamente pode - se chegar a um plano de tratamento.
TABELA DE ALTERAÇÕES SÊNIS QUE PREDISPÕEM A QUEDA
Neurológico => Acidente Vascular Encefálico => Ataque Isquêmico Transitório
=>Parkinsonismo => Confusão =>Convulsões => Insuficiência Vertebrobasilar
=> Hipersensibilidade de Seio Carotídeo => Distúrbios Cerebelares => Neuropatia
=> Demência
Cardiovascular => Infarto do Miocárdio => Hipotensão Ortostática =>
Arritmia
Gastrointestinal => Sangramento => Diarréia => Síncope de defecação
Metabólico =>Hipotireoidismo =>Hipoglicemia =>Anemia =>Desidratação =>Hiponatremia
Genitourinário =>Síncope Miccional =>Incontinência
Musculoesquelético => Artrite => Miosite =>Deformidade Espinhal =>
Fraqueza Muscular => Descondicionamento => Psicológico => Depressão =>
Ansiedade => Induzido Por Droga
Estados patológicos
atribuíveis a diuréticos => anti-hipertensivos => cardiotônicos =>
hipnóticos => sedativos => psicotrópicos.
ACUIDADE VISUAL
O declínio da acuidade visual é uma das causas mais significativas.
Com o envelhecimento, o tamanho e resposta das pupilas diminuem. Ao entrar em um
recinto escuro ou sair à noite, o indivíduo idoso tem risco de queda aumentado ,
pois o tempo necessário para que o olho senescente atinja um nível de
sensibilidade à luz igual ao de uma pessoa jovem está prolongado. Por
conseqüência, indivíduos mais velhos precisam de iluminação adequada para andar
com segurança.
Com o envelhecimento, a “lens” se torna mais opaca, levando à intolerância do
brilho forte e a um declínio na percepção da profundidade. A alteração da
percepção de profundidade pode levar a quedas associadas com subir e descer
escadas. Como a “lens” fica amarelada com o envelhecimento, isto resulta em uma
filtração do espectro verde-azulado.
PRESBIACUSIA
A presbiacusia é um declínio na acuidade auditiva com o
envelhecimento, pode levar à queda quando o indivíduo é incapaz de ouvir os
ruídos que alertam para a aproximação de um automóvel, por exemplo, e, portanto
não tem tempo suficiente para evitar um acidente.
Comprometimento da discriminação da fala
Aumento no limite para tons puros ( os sons de alta freqüência são afetados
predominantemente).
Acumulo excessivo de cera.
FRAQUEZA MUSCULAR
A fraqueza muscular é sugerida por uma incapacidade do paciente para
andar sobre seus calcanhares ou artelhos, levantar-se de uma cadeira ou após
abaixar-se sem utilização dos braços ou segurar-se no assento da cadeira.
Freqüentemente associada com quedas e tropeços. Pode ocorrer debilidade muscular
difusa com em apenas de 4 a 6 semanas de repouso absoluto no leito.
INSTABILIDADE POSTURAL
A instabilidade postural aumenta com o envelhecimento e se manifesta
por uma perda de reflexos de correção e um aumento na oscilação do corpo. A
manutenção da estabilidade postural é uma função complexa, que requer integração
central apropriada de sensações visuais, vestibulares e proprioceptivas, todas
sofrendo declínio funcional com o envelhecimento. O tempo da reação também
aumenta, aumentando o intervalo entre a percepção do perigo e a ação para
evitá-lo.
SISTEMA NERVOSO
=> Tempo de reação mais lento => Consciência sensorial diminuída para toques
leves, vibração, temperatura => Oscilação do corpo aumentada => Comprometimento
dos reflexos de proteção
DOENÇA CEREBROVASCULAR E NEUROLÓGICA
Um acidente vascular encefálico franco ou um episódio isquêmico transitório
podem provocar uma queda devido à perda de função motora ou sensorial em uma
extremidade inferior, alteração súbita da percepção visual, alterações no nível
de consciência ou convulsão. A doença cerebrovascular, que envolve a circulação
posterior ( cerebelar ), dá origem a tontura e ataxia, estas podem predispor a
quedas.
DEMÊNCIA
Nos indivíduos idosos com demência aguda ou crônica, a freqüência de
quedas aumenta devido à falta de percepção de perigos ambientais das próprias
capacidades do indivíduo.
PARKINSON
A doença de Parkinson é comum e associada com distúrbios de marcha e do
equilíbrio postural. Os pacientes parkinsonianos são mais lentos ao reagir a
perigos ambientais, levando a quedas.
HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA
A hipotensão ortostática é uma queda de 20mmHg na PA sistólica ou de
10mmHg na PA diastólica. Pacientes diabéticos freqüentemente são acometidos por
quadros de hipotensão ortostática, secundária à disfunção do sistema nervoso
autônomo.
ARRITMIA
Quando ocorre uma queda abrupta, com ou sem perda da consciência, ou
que é precedida por tontura ou palpitações, sugere uma arritmia cardíaca. Este
tipo de quedas estão, às vezes, associadas com exercícios ou com ficar em pé, se
o paciente apresente uma estenose aórtica que provoca uma redução de perfusão
cerebral. Uma queda pode ser o primeiro indicio de um infarto agudo do
miocárdio, sendo que ataques cardíacos silenciosos em pacientes idosos são
comuns, principalmente nos diabéticos.
QUEDAS PREMONITÓRIAS
Toda queda precisa ser considerada como possível sinal de uma doença
importante iminente. As quedas podem ser provocadas por qualquer doença aguda ou
crônica que resultem em fraqueza ou tontura. Nos casos de, infarto agudo do
miocárdio, acidentes vasculares encefálicos, ou sangramento gastrointestinal,
que podem apresentar primeiramente como uma queda.
CONVULSÃO
Pacientes com histórico de epilepsia ou de acidente vascular
encefálico recente, e aqueles que recebem certas drogas, estão em risco para o
desenvolvimento de convulsões, com episódios de síncope. A possibilidade de
convulsão deve ser sempre considerada se existe uma razão para se suspeitar de
que o paciente tem tido quedas repetidas, não percebidas, com micção
involuntária, ou tem uma história de acidente vascular encefálico prévio.
MARCHA COMPROMETIDA
Muitas alterações artríticas e neuromusculares patológicas podem
prejudicar a marcha e aumentar o risco de queda. Na doença de Parkinson é
afetada muito a estabilidades postural, e assumem uma postura fletida, inclinada
para frente e uma marcha arrastada, levantando ligeiramente os pés do solo.
Outro fator é a fraqueza muscular secundária à , hiper e hipotireoidismo,
polimialgia reumática e osteoartrite do joelho contribuem para uma marcha lenta,
cautelosa e fixa, acompanhada de gingado, dificuldade para subir escadas e
propensão a sofrer uma queda.
Os médicos devem inspecionar rotineiramente os pés dos pacientes para investigar
anormalidades, como esporões, calos e joanetes, que podem levar ao
comprometimento da marcha e predisposição a quedas.
DROGAS
Pessoas idosas que recebem terapêutica medicamentosa caem mais
freqüentemente do que as que não recebem. O uso de múltiplos medicamentos
associados a múltiplas doenças, e a suscetibilidade à toxidade por drogas
relacionadas à idade levam coordenação deficiente, confusão e arritmias
cardíacas. O uso crônico de esteróides pode provocar osteoporose, uma razão
importante para fratura de quadril e queda.
FATORES PSICOLÓGICOS
Pacientes idosos não aceitam o declínio das suas capacidades
sensoriais e motoras, e tendem a sofrer quedas como um resultado da
superestimação de suas capacidades de realizar as atividades da juventude. Para
manter uma imagem de capacidade e independência, uma pessoa idosa pode se
recusar a usar um dispositivo de apoio ou de aceitar assistência para realizar
atividades como levantar da cama ou ir ao banheiro. Um grande número de quedas
acontecem quando há um período de estresse emocional transitório. Como
resultado, os pacientes de tornam raivosos, ansiosos, desorientados ou
deprimidos, e menos atentos aos perigos ambientais. Pessoas idosas com depressão
freqüentemente se tornam confusas e desorientadas e com falta de percepção do
ambiente.
CAUSAS EXTRÍNSECAS DAS QUEDAS
Existem muitos obstáculos ambientais que podem predispor o paciente a
cair. Na comunidade, a maioria das quedas ocorre na própria residência dos
pacientes. As atividades rotineiras relacionadas a quedas incluem sentar ou
levantar de camas e cadeiras; tropeçar em objetos da casa, ou revestimentos do
assoalho, como tapetes, carpetes e soleiras de portas e escorregar em
superfícies molhadas, ou usando calçados inadequados ou descendo escadas.
Nos hospitais e casas de repouso, o lugar mais comum de quedas é o quarto do
paciente. A maioria destas quedas acontece à beira da cama, quando o paciente
está se deitando ou levantando.
O banheiro é um local que oferece um grande risco em instituições, pelo fato dos
pacientes entrarem ou saírem do banheiro sozinhos com pressa de chegarem ao vaso
sanitário ou escorregarem no chão molhado.
Cadeiras normais e cadeiras de rodas estão implicadas em episódios de queda por
causa de equipamento inapropriadamente planejado, ou de técnicas ruins de
transferência, quando o paciente está se sentando ou levantando. A queda sobre a
cadeira que são difíceis de ver, tropeçar nos pés das cadeiras ou em suportes
para os pés de cadeiras de rodas e cair sobre as grades da cadeira de rodas
travadas ao levantar são outras causas de quedas.
TABELA DE CAUSAS EXTRÍNSECAS DE QUEDAS
Superfície do Solo => Assoalhos escorregadios ( assoalhos
muito polidos/encerados ) => Tapetes soltos => Carpete muito espesso => Tacos
soltos => Iluminação => Brilho excessivo => Escadas => Falta de
corrimão => Pouca iluminação => Degraus altos => Escada rolante => Banheiro
=> Chão escorregadio => Banheira ou chuveiro escorregadios => Falta de barras de
apoio => Assentos sanitários baixos => Quarto => Cama alta => Cama muito
longe do banheiro => Tapetes soltos => Rodas de cama que não travam => Outros
Cômodos => Assoalhos escorregadios => Cadeiras em altura incorreta => Falta
de descanso de braço nas cadeiras => Quinas => Prateleiras muito altas =>
Pessoal => Roupas desajustadas (barras compridas ou descosturadas) =>
Sapatos inapropriados ou muito gastos => Outras Causas => Raízes de árvore =>
Subir em ônibus => Farol de pedestre muito rápido =>Animais Domésticos
CONSEQÜÊNCIAS MAIS COMUNS EM IDOSOS QUE SOFRERAM QUEDA
Quedas são a causa mais comum de fraturas. A freqüência de queda entre os idoso
é devido, em parte, a uma incidência elevada de condições clínicas de base, já
citadas acima.
FRATURA DO ÚMERO PROXIMAL
Ocorre comumente com uma queda com a mão estendida
FRATURA DE COLLES
No ano de 1814, Abraham Colles descreveu esta fratura da extremidade distal do
antebraço, ocorre devido a queda sobre o braço estendido.
FRATURAS DO FÊMUR
A fratura do fêmur é comum entre indivíduos idosos. Possui elevados
índices de mortalidade e morbidade, e grande custo financeiro. Quando sua
incidência, a fratura do fêmur aumenta com a idade, a partir dos 50 anos; é duas
vezes mais freqüente nas mulheres. Estas fraturas da extremidade superior do
fêmur são menos freqüentes do que as fraturas vertebrais, no entanto trazem
maior morbidade e mortalidade.
De 80 a 90% das fraturas de fêmur ocorrem por conseqüência de queda. No idoso, a
massa muscular e de tecidos moles em torno dos quadris costuma estar diminuída ,
de modo que o quadril é menos capaz de resistir ao impacto da queda.
FRATURA DO COLO DO FÊMUR
Esta fratura localiza-se no colo do fêmur, e pode ser dividida em:
Fratura intracapsular que leva geralmente à interrupção do aporte sangüíneo à
cabeça do fêmur, e isto explica a grande incidência de necrose asséptica e de
falta de consolidação neste tipo de fratura.
As fraturas extracapsulares, dificilmente leva a um comprometimento da irrigação
da cabeça do fêmur.
FRATURA INTERTROCANTÉRICA
São fraturas geralmente provocadas por uma queda, normalmente ao
nível do solo. Estas fraturas são classificadas de acordo com o número de
fragmentos ósseos.
FRATURA DE VÉRTEBRA
Esta lesão normalmente é provocada por um atividade que aumenta a
carga compressiva sobre a coluna ( por exemplo, levantar um peso, inclinar-se
para frente ,pisar em falso ao andar ou por uma queda.
SÍNDROME DO IMOBILISMO
É quando a pessoa idosa precisa ficar imobilizada, devido uma queda,
resultando em uma fratura. O repouso beneficia a região lesada, mas seu
prolongamento prejudica o resto do organismo.
As complicações afetam sistemas com o cardiorespiratório, vascular, endócrino,
gastrointestinais, urinário, muscular, esquelético e neurológico. Sendo que
estas complicações podem ser aumentadas dependendo dos fatores pré existentes de
cada paciente.
FISIOTERAPIA
O ponto principal encontrado na literatura, é a prevenção de futuras
quedas; o segundo é treinar os pacientes sobre como lidar com as quedas; o
terceiro é recuperar a segurança e a auto estima do paciente idoso.
Os fisioterapeutas identificam os fatores tanto intrínsecos como extrínsecos que
aumentam a possibilidade da ocorrência de uma queda em uma pessoa idosa, também
como nas suas conseqüências desde que estes fatores identificados se que sejam
acessíveis às medidas de fisioterapia. Uma medida importante é ajudar o
indivíduo da terceira idade a recuperar sua autoconfiança no que diz respeito a
suas capacidades posturais.
É necessário evitar a imobilização desnecessária e suas conseqüências, para
diminuir os efeitos de futuras quedas. Deste modo podemos realizar um impacto
sobre a autoconfiança. Para resumir os objetivos fisioterapêuticos nas pessoas
da terceira idade que correm o risco de sofrer quedas são:
I. melhorar a capacidade do indivíduo para resistir às ameaças ao seu
equilíbrio.
II. aumentar a segurança deste indivíduo em seu ambiente.
III. recuperar a confiança do paciente e das pessoas cuidadoras deste, no que
fiz respeito a sua capacidade de se locomover da maneira mais segura e eficaz em
seu ambiente.
AUMENTANDO A ESTABILIDADE POSTURAL E O EQUILÍBRIO
A fraqueza dos membros inferiores é mais freqüente em pessoas da terceira idade
que já sofreram quedas, em relação com aquelas que não referem quedas; um fator
importante parece ser a fraqueza dos músculos responsáveis pela flexão dorsal ao
nível do tornozelo. A fraqueza das pernas favorece as quedas, como acontece nas
pessoas incapazes de fazer um traslado bem sucedido ou que não conseguem ficar
em pé por muito tempo, sem segurar-se em alguma coisa, ao se vestir após usar o
banheiro. Esta fraqueza muscular diminui a capacidade para resistir a queda, em
seguida vem perturbação do equilíbrio.
Na clínica, há limitação de tempo disponível, deste modo é recomendado que o
fisioterapeuta se dedique aos movimentos e as atividades nas quais o paciente
deseja adquirir maior estabilidade, aplicando os princípios da especificidade e
da sobrecarga que regem a fisiologia do esforço. A intensidade do regime de
exercícios deve ser maior que o paciente puder tolerar, no que diz respeito ao
número de repetições por sessão e de sessões por dia; em hospitais e
instituições.
É necessário que possamos ajudar a pessoa idosa debilitada a melhorar sua
capacidade para:
» Ficar em pé sem apoio ou apenas com um mínimo de apoio, progredindo daí
para a capacidade de manter-se em pé enquanto abrir cintos e botões, de procurar
objetos colocados em prateleiras cada vez mais altas ou pegar objetos do assento
de uma cadeira ou do piso. ( O paciente pode tentar chegar a um nível mais alto,
mantendo-se em pé com os olhos fechados ou em pé sobre uma espuma de espessura
cada vez maior; ele pode inclusive tentar fazer as duas coisas.)
» Opôr-se às perturbações do equilíbrio, dando passos compensadores em
resposta a um empurrão leve contra o esterno ou contra a face lateral da pelve.
» Andar firmemente ( sem ajuda de terceiros), na maior distância
necessária dentro da própria residência ( insista inclusive na amplitude do
passo). Comece o treinamento pela menor distância que o paciente se considera
capaz de vencer.
» Virar-se no mesmo ponto, dando número cada vez menor de passos, quatro
a seis no máximo.
EQUILÍBRIO
Podemos trabalhar o paciente com atividades de transferência de peso
de um lado para o outro, marcha sobre uma esteira de equilíbrio, exercícios de
agilidade e manobras com obstáculos.
E por fim podemos também progredir com um trabalho de treino do paciente em
padrões funcionais e atividades que usem movimentos repetitivos para aumentar a
resistência à fadiga. Todos exercícios citados neste trabalho, podem ser
adaptados, para o paciente idoso de acordo com suas capacidades e limitações.
RESTABELECENDO A CONFIANÇA
Os programas educacionais e de tratamento devem inspirar sentimentos
de auto-eficácia no paciente da terceira idade e restabelecer sua confiança na
própria capacidade para dar conta da situação. Mas também é preciso diminuir o
receio de queda e o medo de não conseguir levantar-se; desta forma podemos
aumentar a segurança durante a marcha e reduzir o risco de queda.
Nestes casos a abordagem combinada, psicológica e fisioterapêutica, parece ser
particularmente útil no lidar com esses problemas. É importante que o
fisioterapeuta escolha uma tarefa que não ultrapasse a competência do cliente, e
depois dela ter sido realizada com êxito, o cliente deve ser animado a
reconhecer o próprio desempenho e a sua competência afetiva.
DISPOSITIVOS AUXILIARES PARA PACIENTES IDOSOS COM MARCHA A
COMPROMETIDA
Existem três categorias de dispositivos deambulatórios auxiliares: bengalas,
muletas, e andadores.
Tais dispositivos auxiliares da marcha são prescritos por uma série de fatores,
como problemas de equilíbrio, dor, fadiga, fraqueza, instabilidade articular,
carga esquelética excessiva. Uma das funções dos dispositivos auxiliares é a
eliminação da carga de modo parcial ou completo, sobre um segmento corpóreo, e
isto se da pela transmissão da força dos membros superiores até o piso, pela
pressão dirigida para baixo e exercida sobre o dispositivo auxiliar.
ANDADORES
O fisioterapeuta tem que estar preparado para recomendar um de quatro
rodas rolador, que possibilita uma marcha natural ininterrupta e confere ao
usuário da terceira idade maior grau de mobilidade independente, porem sua
desvantagem é dentro de casa pela dificuldade nas manobras pelo espaço limitado.
O andador sem nenhuma roda precisa ser levantado antes de cada passo , em
desacordo com o ritmo normal e criando um momento de instabilidade, durante o
qual o paciente idoso fica sem qualquer apoio.
MULETAS
Estas podem ser indicadas para uso temporário, dificilmente são
indicadas por tempo prolongado em pacientes idosos, e sua vantagem é que podem
ser usadas em degraus e escadas.
BENGALAS
Pode ser recomendada uma bengala simples ou a quadrúpede ( esta é
segura com uma das mãos, possuindo uma base de quatro pés), e o cabo possui um
formato ergonômico. As bengalas são úteis quando o paciente idoso requer um
apoio mínimo, ou quando ele percorre apenas um trecho curto, ou quando há pouco
espaço dentro de casa e não possibilidade do emprego de um aparelho de maior
tamanho.
AUMENTANDO O GRAU DE SEGURANÇA NO AMBIENTE DA PESSOA IDOSA
É difícil prever o que poderá ser motivo de tropeço; e a pessoa da
terceira idade, nem sempre obedecem às instruções para modificar o seu ambiente.
É interessante focalizar a prevenção das quedas nos fatores cognitivos,
“treinando a pessoa da terceira idade a ficar atenta aos perigos ambientais no
lar e na comunidade e ensinando-a a proceder de modo preventivo a considerar os
riscos que está correndo
MOBÍLIA
Obstruir passagem arrumar os móveis de forma que os caminhos não
fiquem obstruídos; evitar corredores atravancados ajuda a mobilidade de pessoas
com visão periférica comprometida
Cadeiras, mesas instáveis precisam ser suficientemente estáveis para suportar o
peso da pessoa apoiada sobre as bordas de mesa ou encosto e braços das cadeiras,
pessoas com comprometimento de equilíbrio usam a mobília como apoio.
COZINHA
Gabinetes
Prateleiras muito altas manter os itens usados freqüentemente ao nível da
cintura; Instalar prateleiras e armários a uma altura acessível reduz o risco de
cair por causa de tentar alcançar ou subir em escadas ou cadeiras instáveis.
Registro de gás botão difícil de ver, assinalar claramente as posições
“ligado” e “desligado” nos botões.
Pernas de cadeira mau estado
Evitar cadeiras com rodas; consertar pernas frouxas cadeiras resistentes e
estáveis não escorregam durante a transferência.
Mesa Bambas, instáveis
Instalar mesa com pernas resistentes de boa altura; evitar mesa sobre tripés ou
pedestais Pessoas com comprometimento da marcha freqüentemente usam a mesa como
apoio.
BANHEIRO
Banheira com fundo escorregadio
Instalar faixas antiderrapantes ou capacho de borracha; usar chinelos para
chuveiro ou cadeiras para banho, evita escorregar na banheira molhada
Suporte de toalha e topo da pia instáveis para uso como suporte ao transferir do
vaso sanitário, fixar grades de apoio em pinos na parede próximo ao vaso
sanitário ajuda a transferência para os vaso sanitário e dele para outro local
Assento sanitário muito baixo
Usar acento sanitário elevado ajuda a transferência para o vaso sanitário e para
fora dele
Drogas
rotuladas inadequadamente
Rotular todas as drogas de acordo com a necessidade de uso interno ou externo;
manter uma lupa dentro ou próximo ao gabinete
Porta /
Fechadura
Evitar fechaduras nas portas do banheiro ou usar apenas as que
podem ser abertas dos dois lados da parta Permite o acesso de outras pessoas no
caso de ocorrer uma queda
Iluminação
Instalar iluminação adequada no topo e na base da escada; luzes
noturnas ou faixas adesivas coloridas podem ser usadas para assinalar claramente
os degraus Define a localização dos degraus, especialmente para pessoas com
comprometimento de visão ou da percepção
CONCLUSÃO
Foi possível concluir que os idosos sofrem quedas que trazem
conseqüências que normalmente são fratura de úmero proximal, radio distal,
fraturas de fêmur, e de vértebras, e as complicações destas, que podem ou não
evoluir para deformidades, diminuição da capacidade funcional, independência,
óbito, é uma maior pré disposição a sofrerem uma nova queda.
Essas lesões muitas vezes requerem grandes gastos, com internações hospitalares.
A fisioterapia atua na identificação das causas intrínsecas e extrínsecas,
direcionando seu tratamento na prevenção diminuindo ao risco do idoso sofrer uma
queda, aumentando sua capacidade de resistir a uma ameaça ao seu equilíbrio.
Desta forma não só diminui a possibilidade de uma nova queda, como também
diminui a gravidade das conseqüências e acelera a recuperação do paciente,
diminuindo gastos com internações, embora este não seja o objetivo deste
trabalho.
É muito importante a recuperação da auto estima do paciente idoso, e
conscientizá-lo de suas limitações, e dos riscos ambientais para que este
paciente idoso não só viva mais como também viva bem.
A fisioterapia, não só tem importante papel na prevenção das quedas evitando
gastos com internação hospitalar, como acelera a recuperação e evita as
complicações de lesões que acometem idosos que sofreram queda.
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