Referência em FISIOTERAPIA na Internet |
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Trabalho realizado por: - Ivia Carolina Resedá Magalhães * Contato: ivinha_magalhaes@hotmail.com |
* Acadêmica do curso de medicina da FAMENE(Faculdade de Medicina Nova Esperança) |
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A ação dos radicais livres no organismo humano e suas conseqüências |
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Introdução Nas últimas décadas foram realizadas inúmeras pesquisas a fim de esclarecer o papel dos radicais livres em processos fisiopatológicos, como câncer, aterosclerose, inflamação, etc. Devido ao aumento das patologias causadas por radicais livres torna-se cada vez mais importante o entendimento dos mesmos tanto para os profissionais de saúde quanto para os pacientes. O presente trabalho tem como objetivo,através de uma abordagem “clara”, a desmistificação dos possíveis questionamentos sobre a ação dos radicais livres no organismo humano.Analisa-se se os mesmos atuam de forma benéfica e/ou maléfica, como fazer para minimizar seus efeitos e quais as substâncias antioxidantes que podem ser utilizadas para neutralizar a ação dos radicais.
Discussão O nosso organismo produz naturalmente substâncias chamadas radicais livres, são átomos ou moléculas altamente reativos, que contém número ímpar de elétrons em sua última camada eletrônica. O não emparelhamento de elétrons da última camada confere alta reatividade a esses átomos ou moléculas. Os radicais livres podem ser formados quando uma ligação covalente é quebrada,de modo que cada porção conserva um dos elétrons compartilhados, ou podem ser formados quando um átomo ou molécula recebe um só elétron transferido durante uma reação de óxido-redução.Como exemplo de radicais livres pode-se citar: radical superóxido, radical hidroperoxila, radical hidroxila, etc. Os radicais livres podem ser formados em processos rotineiros como respiração e na digestão dos alimentos. Em nosso organismo, ocorre a formação de radicais livres derivados do oxigênio em vários processos metabólicos, exercendo um papel importante no funcionamento do corpo humano. O processo de oxidação que ocorre dentro do corpo humano, devido a processos metabólicos, não é a única fonte de radicais livres.Há fatores externos que podem igualmente contribuir para a formação de um excesso de radicais e geralmente podem causar danos irreparáveis. Dentre as causas externas mais prováveis de formação de radicais livres no nosso corpo encontram-se: poluição ambiental, gases de escapamento de veículos, raios X , radiação ultravioleta do sol, fumo, fumaça de cigarro, álcool, resíduos de pesticidas, substâncias tóxicas presentes em alimentos e bebidas (aditivos químicos, hormônios, aflatoxinas, etc), stress e alto consumo de gorduras saturadas(frituras e embutidos). Havendo ainda fatores internos como envelhecimento, câncer, alguns tipos de anemia, infarto do miocárdio, arteriosclerose e doença de Parkinson. Logo, devido ao excesso de radicais livres no organismo (ou diminuição dos agentes oxidantes) podem acarretar em efeitos prejudiciais a saúde. O excesso de radicais livres no organismo é denominado stress oxidativo. No organismo, os radicais livres de oxigênio podem combinar com o DNA das células, alterando seu código genético e produzindo uma multiplicação celular desordenada. A reação dos radicais livres com os ácidos graxos, constituintes de óleos e gorduras, pode favorecer o depósito de placas nas paredes arteriais, diminuindo sua elasticidade e propiciando o aparecimento de hipertensão arterial. Os estudos sobre ação dos radicais livres foram motivados e impulsionados pela descoberta da sua ação sobre o envelhecimento celular. Os radicais livres agem sobre as células, alterando suas membranas e dando-lhes um aspecto de células velhas que, normalmente, seriam eliminadas pelo sistema imunológico do organismo. No entanto, quando a quantidade de células alteradas é aumentada pelo excesso de radicais livres e quando, devido ao envelhecimento cronológico do organismo, há diminuição do sistema imunológico, o organismo não consegue eliminar as células alteradas. Assim, algumas dessas células sobrevivem e começam a funcionar de maneira inadequada, alterando a fisiologia do tecido, do órgão e de todo o organismo. Como essas células podem ter seu código genético alterado, multiplicam-se desordenadamente, propiciando o aparecimento de tumores, doenças pulmonares, cataratas entre outras. Entretanto, os radicais livres são muito úteis. O organismo humano não vive sem eles, pois são indispensáveis na defesa contra infecções. Quando algo estranho consegue entrar no organismo, como um vírus ,uma bactéria ou uma partícula de pó, logo soa um alarme químico pra as células do sistema imunológico.Os primeiros a chegar ao local são os neutrófilos que agirão contra o invasor, em seguida vem os macrófagos que engolem e trituram o agente estranho. Essa estratégia de defesa só é possível porque o organismo utiliza o potencial destruidor dos radicais livres. O macrófago, por exemplo, envolve uma bactéria para bombardeá-la com superóxidos. Os antioxidantes são moléculas com cargas positivas que se combinam com os radicais livres,de carga negativa, tornando-os inofensivos. Logo essas substâncias teriam a capacidade de anular a ação desses radicais, daí o nome antioxidantes. Os antioxidantes estão presente nos alimentos e os mais importantes são: Licopeno, substância encontrada principalmente no tomate. Catequinas, substâncias ativas encontradas principalmente em frutas da família do morango,uva, chá verde. Vitamina C, encontrada em grande quantidade nas frutas cítricas e vegetais verde escuros laranja, limão, acerola, caju, kiwi. Vitamina E, encontrada principalmente no germe de trigo, óleos de soja, arroz, milho, girassol, amêndoas, nozes, castanha do pará. Vitamina A, encontrada em alimentos como a cenoura ,abóbora,fígado,batata doce,brócolis,melão. Zinco, encontrado nas carnes, peixes, aves, leite, cereais interais, feijões, nozes . Bioflavonóides , substância encontrada em frutas cítricas, uvas escuras ou vermelhas. Assim, pode-se observar que uma alimentação rica em vegetais,frutas diversas,leguminosas,cereais e hortaliças é importante para a prevenção contra a ação dos radicais livres. Há ainda pessoas que não fazem uma dieta adequada e acreditam, erradamente, que a solução para a ação de radicais livres seria tomar pílulas antioxidantes. Segundo FERREIRA & MATSUBARA(1997), estudos mostraram que pessoas as quais tomaram doses diárias de vitaminas e minerais por mais de dez anos não tiveram melhor saúde nem viveram mais do que pessoas que não usavam suplementos. Esses mesmos estudos mostraram que as vitaminas e minerais são ótimos para a saúde, porem quando ingeridos na foram natural. Além disso, se as cápsulas contendo antioxidantes forem ingeridas de forma exacerbada pode ter efeito contrário,aumentando a oxidação.Portanto suplementos que excedem as recomendações dietéticas (RDA) só devem ser tomados sobre supervisão médica
Conclusão Conclui-se assim que os radicais livres são importantes para diversas funções do organismo, porém quando há um acúmulo do mesmo tanto por fatores externos quanto por fatores internos, acarretará o stress oxidativo, aumentando o risco a diversas patologias. Os antioxidantes, encontrados em frutas,verduras,leguminosas, etc, são importantes pois neutralizam a ação dos radicais livres.Salienta-se assim a importância de uma alimentação saudável, para prevenção de patologias e retardo do envelhecimento.Os antioxidantes possuem a sua função máxima quando ingerido de forma natural e não em cápsulas. Vale ainda alertar a classe médica, para uma orientação dos seus pacientes sobre a existência dos radicais, sendo estes cada vez mais comuns devido ao ritmo frenético das pessoas na atualidade, as quais se alimentam cada vez mais de forma errada.Ingerindo “fast foods”, alimentos ricos em gordura,utilizam conservantes, sem contar ainda no stress diário, o qual muitas pessoas são submetidas e ainda a ação de agentes externos como fumaça de cigarro, álcool, poluição ambiental, gases de automóveis, etc.
Referências Bibliográficas:
1. Halliwell B, Gutteridge JMC. Role of
free radicals and catalytic metal ions in human disease: an overview.
Methods Enzymol 1990; 186: 1-85. |
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