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Linfoterapia na reabilitação física

 

Em alguns casos de câncer de mama, durante a remoção do tumor faz-se também necessária a retirada de toda a cadeia de linfonodos da axila do mesmo lado para evitar uma metástase, isto é, de as células cancerígenas avançarem pelo sistema linfático para outras partes do corpo. Isso pode causar uma insuficiência da drenagem linfática do braço em questão, provocando dor, inchaço, desconforto, aumento da predisposição a infecções, e conseqüentemente o aparecimento de linfedema de membro superior, ou seja, um acúmulo de líquido (linfa) nos espaços intersticiais, fazendo com que o braço tenha um aumento de volume.

O linfedema é uma das seqüelas mais invalidantes, menos aceitável e com maior peso emocional para o paciente, pois evidencia continuamente a existência de doença oncológica e todo o tratamento que se submeteu.

A Reabilitação Física, realizada através da fisioterapia, desempenha um papel fundamental na nova etapa de vida do paciente operada, onde a Linfoterapia é a técnica mais empregada e que obtém os melhores resultados atualmente, tanto no tratamento como na prevenção do linfedema. Utiliza vários recursos fisioterapêuticos como:

* Linfodrenagem Manual - conjunto de manobras lentas, rítmicas e suaves para drenar a linfa estagnada.

* Enfaixamento compressivo funcional - para manter e incrementar a melhora da absorção do fluxo linfático.

* Cinesioterapia específica - exercícios que estimulam o funcionamento linfático e recuperam a amplitude dos movimentos.

* Cuidados com a pele

* Orientações para Automassagem Linfática e o uso da contenção elástica

Para ser bem aplicada e atingir os objetivos do tratamento, a Linfoterapia exige previamente uma completa avaliação do paciente, pois através da definição do quadro patológico, podem-se empregar alguns, todos ou apenas um dos recursos terapêuticos que a compõem de acordo com a exigência do caso.

O tratamento é dividido em 2 fases:


1ª Fase - Intensiva.Tem como principal objetivo a redução máxima do volume do membro afetado e conseqüente melhora estética e funcional. Freqüência diária ou em dias alternados.A duração é determinada pela gravidade do caso, podendo variar de 3 a 8 semanas.


2ª Fase - Manutenção.Tem como objetivo manter pelo máximo de tempo possível a melhora conseguida na 1ª Fase. Os retornos nesta fase serão semanais, depois quinzenais, e posteriormente reavaliações mensais.

O paciente deve conscientizar-se que sua participação efetiva é de extrema importância na manutenção dos resultados obtidos na 1ª fase do tratamento, pois será necessário o uso constante da contenção elástica e outros cuidados que serão orientados pelo fisioterapeuta. "Quanto mais precocemente for iniciada a fisioterapia, mais rápida será a recuperação do paciente, além de menor dor e custo", esclarece a Dra. Clorice Pohl, atuante em fisioterapia oncológica.

A Linfoterapia está contra-indicada em casos de processos infecciosos ou inflamatórios agudo(deve ser primeiramente tratado com medicamentos prescritos pelo médico) e em casos de inchaço generalizado causado por problemas cardíacos ou renais.

Esta técnica foi desenvolvida a partir de 1.990 pelas fisioterapeutas Márcia Colliri Camargo e Ângela G. Marx, onde também introduziram a drenagem linfática manual no Brasil em 1983, após estágios na Bélgica e na Suíça e cursos na Alemanha. São chefes do setor de fisioterapia do IBCC - Instituto Brasileiro de Controle de Câncer, em São Paulo, e autoras dos livros: "Fisioterapia no Edema Linfático" e "Reabilitação Física do Câncer de Mama".

A Dra. Clorice Pohl recentemente retornou do curso de Linfoterapia ministrado por essas profissionais,e está capacitada a atender e orientar as pacientes que se interessarem pelo tratamento.

Cuidados para prevenção do linfedema

Não ignore qualquer pequeno inchaço no braço, mão ou dedos e consulte o médico imediatamente.

Não tome injeção ou retire o sangue no braço afetado.

Verifique a pressão arterial no braço não afetado ou na perna, se os dois braços estiverem afetados.

Mantenha o seu braço sempre limpo e seco. Use loção hidratante após o banho.

Evite movimentos bruscos e repetidos com o braço afetado.

Evite segurar objetos pesados e carregar bolsas ou malas por cima do ombro no lado afetado.

Não use roupas, jóias apertadas ou tiras elásticas no braço afetado.

Evite mudanças de temperaturas extremas durante o banho ou ao lavar a louça. Evite saunas e banheiras quentes.

Proteja sempre o braço do sol e não esqueça de usar filtro solar.

Tente prevenir machucados, cortes, queimaduras, contusões de esporte, picadas de inseto e arranhões no braço afetado (fique atenta a sinais de infecção quando isso ocorrer).

Use luvas ao fazer qualquer trabalho que possa causar um ferimento, por exemplo, ao cuidar de plantas.

Não retire as cutículas.

Exercício é importante, mas consulte o seu fisioterapeuta. Não deixe o seu braço cansado: se sentir dor, repouse e eleve o braço.

Pacientes submetidas a cirurgias mamárias devem usar próteses com peso aproximado da mama remanescente. Use tiras/alças macias sobre o ombro.

Não use gilete. Use um aparelho elétrico para remover os pêlos da axila, limpando-o antes e após cada uso.

Pacientes com linfedema devem usar uma braçadeira de compressão feita sob medida. Se a braçadeira estiver muito larga, provavelmente a circunferência do seu braço reduziu ou a braçadeira está gasta.

Cuidado: se você perceber uma erupção, coceira, vermelhidão, dor, aumento de temperatura ou febre, procure o seu médico imediatamente. Uma inflamação ou infecção no braço afetado pode iniciar ou agravar o linfedema.

Mantenha o seu peso ideal por meio de uma dieta bem balanceada, com proteínas de fácil digestão (consulte uma nutricionista).

Evite fumar e ingerir álcool.

 
Fonte: A Tribuna

http://www.atribunamt.com.br/?f=ver_noticia&id=23830
 


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