INTRODUÇÃO
São movimentos nos quais o segmento é deslocado, respectivamente, em direção ao plano mediano ou em direção oposta, isto é, afastando-se dele. Para os dedos prevalece o plano mediano do membro.
Os movimentos da adução e abdução desenvolvem-se em plano frontal e seu eixo de movimento é ântero-posterior. É preciso ter sempre em mente que a realização do movimento é feita levando-se em consideração a movimentação a posição de descrição anatômica.
ABDUÇÃO - é uma posição ou movimento do segmento afastando-se da linha mediana, independentemente de qual o segmento que se move. A abdução do quadril ocorre quando o segmento da coxa move-se se afastando da linha mediana ou o segmento pélvico aproxima-se da coxa, como ao inclinar-se para o lado enquanto de pé sobre uma perna. É o movimento ou posição afastando-se do segmento de referência.
ADUÇÃO - é uma posição ou movimento aproximando-se da linha mediana. Movimento no sentido do segmento.
Os movimentos de abdução e adução ocorrem em torno do eixo z.
MOVIMENTOS DE ABDUÇÃO E ADUÇÃO DA CINTURA ESCAPULAR
ABDUÇÃO OU PROTRAÇÃO - a extremidade distai da clavícula e a escápula movem-se anteriormente em torno da caixa torácica, com os bordos mediais da escápula movendo-se para longe da linha mediana 13 a 15 cm. Este movimento é designado Abdução da Escápula.
ABDUÇÃO DO OMBRO - no plano da escápula ocorre 30 e 40° anterior ao plano frontal. Este movimento é advogado para avaliação da elevação do braço porque a cápsula permanece em uma posição de ajuste mínimo e há menos probabilidade de colisão com as estruturas coracoacromiais. Assim, é importante identificar o plano de abdução que é usado, porque as amplitudes de movimento variam ligeiramente e o torque dos rotadores externos é maior no plano da escápula do que no plano frontal.
ADUÇÃO OU RETRAÇÃO - a extremidade distai da clavícula e a escápula movem-se posteriormente, e os bordos mediais da escápula aproximam-se da linha mediana. Este movimento é chamado de adução da escápula. Na articulação esternoclavicular, a amplitude total para a protração e retração é aproximadamente 25°.
EIXOS DE MOVIMENTAÇÃO E MOVIMENTOS DE ABDUÇÃO E ADUÇÃO NA ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL
A abdução ocorre no plano frontal em tomo de um eixo horizontal dirigido dorsoventralmente. A quantidade de abdução que é permitida depende da rotação na articulação glenoumeral.
Quando a articulação está em rotação interna completa, a abdução ativa é limitada a aproximadamente 60°, porque o tubérculo maior colide com o processo do acrômio e o ligamento acromioclavicular. Com 90° de rotação externa, o tubérculo maior vai para trás e embaixo do acrômio e a abdução ativa aumenta para aproximadamente 90°, quando então é limitada pela insuficiência ativa do músculo deltóide. A abdução pode ser continuada passivamente até 120°, quando então ela é limitada pelo ligamento glenoumeral inferior.
Dois outros termos são freqüentemente usados para descrever a movimentação da articulação glenoumeral. Eles são: abdução horizontal e adução horizontal. Estes movimentos ocorrem a partir de uma posição inicial de 90° de abdução. A abdução horizontal é um movimento posterior a partir desta posição, e a adução horizontal é um movimento anterior cruzando o corpo.
MOVIMENTOS DO BRAÇO
ABDUÇÃO - consiste em afastar o braço (e conseqüentemente o membro superior) do plano mediano, no plano frontal. Continuada, a abdução leva o membro superior, lateral e superiormente a um plano horizontal e ele pode chegar, superior e medialmente, a uma posição vertical junto à cabeça. Os músculos deltóide e supraspinhal são os principais abdutores do braço. O deltóide é um músculo com três partes e sua parte média (porção acromial) é a parte abdutora por excelência. As porções escapular e clavicular, entretanto, são importantes na abdução, impedindo o deslocamento da cabeça do úmero, posterior e anteriormente, durante a ação abdutora da porção acromial. O supraspinhal, freqüentemente, não consegue abduzir além de 45° quando o deltóide está paralisado. Isto parece indicar que o supraspinhal só é importante no início da abdução. Porém, deve ser ressaltado que o supraspinhal, como parte do manguito rotador desempenha na abdução uma ação sinérgica fundamental; a de reter a cabeça do úmero contra a cavidade glenóide da escápula durante a ação do deltóide. Para que a abdução possa ser continuada além dos 90°, no plano frontal, duas condições são absolutamente necessárias:
1. O úmero deve sofrer uma rotação lateral;
2. A escápula deve sofrer uma rotação superior.
ADUÇÃO - implica no retorno do membro superior, de qualquer grau de abdução, em direção ao plano mediano. No plano frontal o membro encontra o lado do tórax que limita o movimento. Entretanto a adução pode ser continuada em direção ao plano mediano anteriormente ao tórax, se for realizada uma flexão simultânea. O mesmo se dá para a adução posteriormente ao tronco, quando então uma extensão parcial é necessária. Os principais adutores do braço são os músculos peitoral maior e grande dorsal, auxiliados de maneira eficaz pelo redondo maior. Tem sido assinalada a ação adutora da porção longa do tríceps e do coracobraquial, mas na verdade esses dois músculos parecem agir como fixadores, impedindo o deslocamento da cabeça do úmero inferiormente, que a ação adutora do peitoral e grande dorsal tendem a produzir. E de se ressaltar que a gravidade desempenha papel importante na adução, na posição ereta. Neste caso, os abdutores (porção acromial do deltóide e supraspinhal), como antagonistas, suavizam e regulam o movimento da adução.
RELAÇÃO DA ABDUÇÃO E ADUÇÃO COM A FLEXÃO E EXTENSÃO DOS DEDOS DE II a V
Os movimentos de abdução e adução são livres quando as articulações MCF estão estendidas (os ligamentos colaterais estão frouxos); quando estas articulações flexionam-se, os dedos automaticamente aduzem-se, e a amplitude da abdução toma-se extremamente limitada ou está ausente (ligamentos colaterais apertados). A tendência natural é abduzir os dedos à medida que eles se estendem; pode-se dizer que a extensão e abdução pertencem-se, do mesmo modo que a flexão e adução. Se a mão for fechada e aberta em sucessão rápida, este padrão torna-se óbvio: os dedos abduzem quando se estendem e aduzem quando flexionam.
Em movimentos mais lentos, e com a mesma concentração, é inteiramente possível manter os dedos aduzidos à medida que eles se estendem. A combinação extensão-abdução parece fazer parte de um movimento de massa que é consideravelmente mais fácil de executar do que outras combinações. Quando os dedos são flexionados um de cada vez, eles apontam para a base do polegar. O conhecimento deste movimento é de particular importância ao aplicar técnicas de estiramento a dedos que possuem amplitude diminuída de movimento.
MÚSCULOS QUE ATUAM NA ABDUÇÃO DOS DEDOS
Os quatro interósseos dorsais são responsáveis pela abdução do segundo e quarto dedos e pela abdução radial e ulnar do terceiro dedo. O quinto dedo possuí o seu próprio abdutor, o abdutor do dedo mínimo, localizado na borda ulnar da mão e fazendo parte do grupo muscular hipotênar.
Os músculos interósseos dorsais estão localizados entre os ossos metacarpianos, cada músculo possuindo duplas fixações proximais; isto é, cada um se fixa em dois ossos adjacentes. A ação dos músculos interósseos dorsais como abdutores dos dedos pode ser concluída do conhecimento da localização das sua fixações distais:
- Primeiro interósseo dorsal - lado radial da base do dedo indicador.
- Segundo interósseo dorsal - lado radial da base do dedo médio.
- Terceiro interósseo dorsal - lado ulnar da base do dedo médio.
- Quarto interósseo dorsal - lado ulnar da base do dedo anular.
EIXOS DE MOVIMENTOS DE ABDUÇÃO E ADUÇÃO DO QUADRIL
Figura 1-3: Abdução do quadril esquerdo.
(A) Fêmur abduzido sobre a pelve.
(B) Pelve abduzida sobre o fêmur.
O eixo para abdução e adução (em pé) é horizontal, em uma direção da frente para trás. O membro pode mover-se em relação à pelve, como ao levantar o membro lateralmente, ou a pelve pode mover-se em relação ao membro, como ao inclinar o tronco para o lado da perna de apoio. A abdução do quadril é aproximadamente de 45° e usualmente é acompanhada por elevação da pelve. A adução do quadril freqüentemente é citada como sendo o contato das duas coxas ou 0°. As pernas podem ser cruzadas, no entanto, para posições aduzidas de 30 a 40°. Embora este não seja um movimento planar puro (uma vez que um quadril deve estar em flexão e o outro em extensão) é um movimento importante ao correr e voltar-se e ao cruzar as coxas.
ABDUTORES DO QUADRIL
O glúteo médio, glúteo mínimo, o tensor da fáscia lata e as fibras superiores do glúteo máximo abduzem o quadril. Em certas posições outros músculos também contribuem para a força de abdução; o sartório (em abdução), o piriforme e os obturadores (em flexão) e o iliopsoas em abdução. Os abdutores do quadril têm, no entanto, uma grande vantagem de alavancagem. Os abdutores principais têm as sua fixações distas no trocanter maior ou na diáfise do fêmur a uns 5 a 7,5 cm do centro de rotação do quadril, e eles possuem grandes ângulos desde as linhas de ação muscular até o eixo da articulação.
Em virtude dessas vantagens de alavancagem, um grande torque pode ser produzido pêlos relativamente pequenos músculos abdutores do quadril.
Os abdutores do quadril exercem o torque máximo quando se contraindo na posição alongada, e o torque diminui linearmente à medida que o músculo se encurta.
O movimento lateral da pelve é difícil de estabilizar mecanicamente, e no caso dos abdutores do quadril a melhor estabilização da pelve é pêlos abdutores do quadril contralateral. Isto exige uma contração isométrica máxima bilateral, e os torques nos lados direito e esquerdo por essa razão são os mesmos.
Uma função importante dos abdutores do quadril é no movimento de cadeia fechada para manter uma pelve nivelada no apoio unilateral. Ao ficar de pé sobre um pé, o que ocorre a cada passo, 85% do peso do corpo tem que ser equilibrado pêlos abdutores do quadril em torno da cabeça femural, formando um sistema de alavanca de primeira classe.
Quando o centro de gravidade do corpo é mudado lateralmente sobre o pé de apoio, o quadril assume uma posição aduzida, os abdutores do quadril contraem-se, e o pé oposto pode ser levantado do solo.
ADUÇÃO DO QUADRIL
Quando a adução do quadril é efetuada contra a resistência e com a coxa em uma posição neutra no que se refere à flexão, extensão e rotação, os cinco adutores principais contraem-se como um grupo. As suas características funcionais individuais em vários graus de flexão do quadril foram descritas. Como alguns destes músculos, ou partes do mesmo músculo, têm ações secundárias opostas, estas ações contrabalançam-se umas às outras quando adução pura é realizada.
A primeira vista, poderia parecer ilógico que este fosse o caso, porque na posição ereta os abdutores do quadril têm que trabalhar contra a gravidade, enquanto a gravidade faz o trabalho para os adutores. Atividades tais como espremer um objeto entre os joelhos e subir por uma corda, que exigem força de adução são relativamente raras e dificilmente merecem uma tão grande área transversal.
ABDUÇÃO E ADUÇÃO DO TORNOZELO E PÉ
Os termos abdução e adução quando aplicados ao tornozelo e pé são particularmente causadores de confusão porque estes movimentos são usualmente considerados como ocorrendo no plano frontal. Nas articulações talocrural e tarsal, no entanto, abdução e adução são usados para movimentos no plano transverso em torno de um eixo vertical. Alguns autores estão descrevendo abdução e adução do pé e tornozelo a partir de rotação que ocorre no joelho e quadril. Por exemplo, quando uma pessoa está sentada em uma cadeira com os seus pés sobre o chão, o pé pode ser movido edial ou lateralmente em torno de um eixo vertical através da tíbia. O movimento, no entanto, não está ocorrendo nas articulações do pé, mas em vez disso, entre a tíbia e o fêmur pela ativação alternada dos posteriores da coxa mediais e a seguir laterais. Ainda maior movimento é exibido pelo pé quando o joelho é estendido e o quadril é rotado interna e externamente Este movimento, que pode ser até de 90° em cada direção, ocorre nas articulações do quadril e joelho.
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