Referência  em  FISIOTERAPIA  na  Internet

  www.fisioweb.com.br 


Trabalho realizado por:
César Soares Carvalho Silva.

Orientador:
Prof. Blair José Rosa Filho


Pubalgia


Introdução:

A pélvis é constituída pelo sacro, cóccix, e pelos dois ossos inominados, que são formados por uma fusão do íleo, ísquio e púbis. A bacia pélvica oferece sustentação aos órgãos abdominais e transmite forças da cabeça, braços e tronco às extremidades inferiores. Esse estudo se prende a uma das sete articulações formada pelos ossos pélvicos: a sínfise púbica e ao púbis. Apesar de pequenos os movimentos dessa articulação são muito importantes, ela está sujeita a lesões e pode se tornar hiper ou hipomóvel em conseqüência de uma lesão mal curada, e ainda apresentar dor e perda de função. No sexo feminino o púbis tem grande importância na hora do parto.

Desenvolvimento:

A pubalgia tem se tornado um dos acometimentos mais comuns das lesões desportivas, como resultado do stress físico dos atletas associado a movimentos corporais compensatórios executados durante uma atividade física.A dificuldade em diagnosticar e conseqüentemente tratar a pubalgia na maioria das vezes leva a uma cronicidade do quadro, podendo assim, ocasionar uma interrupção prematura na carreira de um esportista.Um melhor conhecimento de biomecânica e gestos esportivos, especialmente no futebol, pode reduzir dramaticamente esta síndrome entre profissionais, através de um programa de prevenção. Como osteopata conceituado, Leopold Busquet, baseado no estudo da dinâmica das cadeias musculares, avaliou as sobrecargas e demonstrou a necessidade do funcionamento integrado das cadeias com a mobilidade adequada do púbis.

A pubalgia pode ocorrer por uma instalação aguda (Pubalgia Traumática) ou por repetições de movimentos com perturbações do esquema corporal (Pubalgia Crônica). O diagnóstico é feito, principalmente por uma análise sintomática aliada a uma avaliação biomecânica de fatores intrínsecos e extrínsecos atuando em conjunto com os gestos técnicos repetitivos que possam potencializar a ação maléfica sobre a pelve. Os exames complementares podem ajudar no diagnóstico diferencial. O tratamento preventivo deve ser baseado no estudo das cadeias musculares, passando por um treino programado e progressivo de todos os fatores predisponentes. Para isso é necessário uma estreita colaboração e união entre o atleta e o fisioterapeuta.

O tratamento conservador da Pubalgia Traumática, se não houve perda da mobilidade, pode consistir de repouso, antiinflamatório, gelo, cataplasma, bandagens funcionais, acupuntura, homeopatia, fitoterapia, fisioterapia (eletroterapia, laser, ultra-som...). Se houve perda de mobilidade, há necessidade de normalizar esta articulação, fazer o púbis voltar a trabalhar numa posição normal. O diagnóstico é comprovado através de testes de mobilidade e tratado através de manobras de normalização.

A Pubalgia Crônica é tratada conservadoramente através da normalização das estruturas articulares e/ou eixos miotensivos (postura de alongamento), restituindo o equilíbrio funcional do púbis.A cirurgia está reservada aos casos em que o tratamento fisioterápico bem instituído não obtém resultados ao fim de pelo menos 3 meses de tratamento, principalmente para os esportistas de alto nível que vêem ameaça em sua carreira. Trata-se da intervenção de Nesovic que permite reparar as deficiências da parede abdominal anterior reequilibrando a correia abdominal através da reposição em tensão dos grandes oblíquos. A volta ao esporte ocorre entre 2 a 3 meses após a cirurgia e deve ser feita de forma progressiva.


Conclusão:

Fica provado que a origem do problema é a solicitação excessiva da musculatura abdominal, necessária para estabilizar o tronco, a retração (encurtamento) da musculatura posterior da coxa, a sobrecarga de corrida ou chutes repetitivos, trauma na região lombar ocasionando encurtamento da região abdominal, fraqueza dos músculos adutores e abdominais, o desequilíbrio das forças resultantes no quadril, ou ainda um trauma direto. O tratamento deve se basear na busca do tônus ideal entre os músculos abdominais (reto transverso e oblíquo) e os músculos da coxa(adutores, anteriores e posteriores), exercícios de flexibilidade e de fortalecimento devem ser prescritos logo após a utilização de meios pré cinéticos, pois em alguns casos o quadro álgico é bem intenso. A eletroterapia com: ultra-som, tens e a termofototerapia com o infravermelho têm atingido bons resultados. Em casos crônicos como foi dito, o tratamento conservador não é eficaz, o indicado é a intervenção cirúrgica para retirada do tecido fibrosado formado pelo tônus exagerado e o excesso de solicitação da musculatura abdominal, sendo assim, o diagnóstico deve ser preciso e pode ser confirmado com a ressonância nuclear magnética, que poderá mostrar com clareza a região inflamada do púbis.

Referências bibliográficas:

- BRUNNSTROM. Cinesiologia clínica. Manole, 4ºed. 1989.
- www.judôbrasil.com.br.
- www.runefun.com.br.
 

 

Obs.:
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- Publicado em 03/12/03



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