Introdução:
A pélvis é constituída pelo sacro, cóccix, e pelos dois ossos inominados, que
são formados por uma fusão do íleo, ísquio e púbis. A bacia pélvica oferece
sustentação aos órgãos abdominais e transmite forças da cabeça, braços e tronco
às extremidades inferiores. Esse estudo se prende a uma das sete articulações
formada pelos ossos pélvicos: a sínfise púbica e ao púbis. Apesar de pequenos os
movimentos dessa articulação são muito importantes, ela está sujeita a lesões e
pode se tornar hiper ou hipomóvel em conseqüência de uma lesão mal curada, e
ainda apresentar dor e perda de função. No sexo feminino o púbis tem grande
importância na hora do parto.
Desenvolvimento:
A pubalgia tem se tornado um dos acometimentos mais comuns das lesões
desportivas, como resultado do stress físico dos atletas associado a movimentos
corporais compensatórios executados durante uma atividade física.A dificuldade
em diagnosticar e conseqüentemente tratar a pubalgia na maioria das vezes leva a
uma cronicidade do quadro, podendo assim, ocasionar uma interrupção prematura na
carreira de um esportista.Um melhor conhecimento de biomecânica e gestos
esportivos, especialmente no futebol, pode reduzir dramaticamente esta síndrome
entre profissionais, através de um programa de prevenção. Como osteopata
conceituado, Leopold Busquet, baseado no estudo da dinâmica das cadeias
musculares, avaliou as sobrecargas e demonstrou a necessidade do funcionamento
integrado das cadeias com a mobilidade adequada do púbis.
A pubalgia pode ocorrer por uma instalação aguda (Pubalgia Traumática) ou por
repetições de movimentos com perturbações do esquema corporal (Pubalgia
Crônica). O diagnóstico é feito, principalmente por uma análise sintomática
aliada a uma avaliação biomecânica de fatores intrínsecos e extrínsecos atuando
em conjunto com os gestos técnicos repetitivos que possam potencializar a ação
maléfica sobre a pelve. Os exames complementares podem ajudar no diagnóstico
diferencial. O tratamento preventivo deve ser baseado no estudo das cadeias
musculares, passando por um treino programado e progressivo de todos os fatores
predisponentes. Para isso é necessário uma estreita colaboração e união entre o
atleta e o fisioterapeuta.
O tratamento conservador da Pubalgia Traumática, se não houve perda da
mobilidade, pode consistir de repouso, antiinflamatório, gelo, cataplasma,
bandagens funcionais, acupuntura, homeopatia, fitoterapia, fisioterapia
(eletroterapia, laser, ultra-som...). Se houve perda de mobilidade, há
necessidade de normalizar esta articulação, fazer o púbis voltar a trabalhar
numa posição normal. O diagnóstico é comprovado através de testes de mobilidade
e tratado através de manobras de normalização.
A Pubalgia Crônica é tratada conservadoramente através da normalização das
estruturas articulares e/ou eixos miotensivos (postura de alongamento),
restituindo o equilíbrio funcional do púbis.A cirurgia está reservada aos casos
em que o tratamento fisioterápico bem instituído não obtém resultados ao fim de
pelo menos 3 meses de tratamento, principalmente para os esportistas de alto
nível que vêem ameaça em sua carreira. Trata-se da intervenção de Nesovic que
permite reparar as deficiências da parede abdominal anterior reequilibrando a
correia abdominal através da reposição em tensão dos grandes oblíquos. A volta
ao esporte ocorre entre 2 a 3 meses após a cirurgia e deve ser feita de forma
progressiva.
Conclusão:
Fica provado que a origem do problema é a solicitação excessiva da musculatura
abdominal, necessária para estabilizar o tronco, a retração (encurtamento) da
musculatura posterior da coxa, a sobrecarga de corrida ou chutes repetitivos,
trauma na região lombar ocasionando encurtamento da região abdominal, fraqueza
dos músculos adutores e abdominais, o desequilíbrio das forças resultantes no
quadril, ou ainda um trauma direto. O tratamento deve se basear na busca do
tônus ideal entre os músculos abdominais (reto transverso e oblíquo) e os
músculos da coxa(adutores, anteriores e posteriores), exercícios de
flexibilidade e de fortalecimento devem ser prescritos logo após a utilização de
meios pré cinéticos, pois em alguns casos o quadro álgico é bem intenso. A
eletroterapia com: ultra-som, tens e a termofototerapia com o infravermelho têm
atingido bons resultados. Em casos crônicos como foi dito, o tratamento
conservador não é eficaz, o indicado é a intervenção cirúrgica para retirada do
tecido fibrosado formado pelo tônus exagerado e o excesso de solicitação da
musculatura abdominal, sendo assim, o diagnóstico deve ser preciso e pode ser
confirmado com a ressonância nuclear magnética, que poderá mostrar com clareza a
região inflamada do púbis.
Referências bibliográficas:
- BRUNNSTROM. Cinesiologia clínica. Manole, 4ºed. 1989.
- www.judôbrasil.com.br.
- www.runefun.com.br.
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